Marina recusou ‘Bem Que Se Quis’, mas ajudou a música a entrar em novela, conta Nelson Motta
A música popular brasileira tem capítulos intermináveis de saborosas histórias. Mais um deles foi revelado pelo produtor e compositor Nelson Motta neste domingo, 7 de janeiro, em uma postagem em seu perfil no Instagram.
Nelsinho, como é conhecido no meio musical, contou como verteu para o português a música italiana E pó ché fá, sucesso do cantor e compositor napolitano Pino Daniele no início da década de 1980. Inspirado pela canção que ouvia quando vivia em Roma, Nelsinho fez a versão Bem Que Se Quis, a pedido da cantora portuguesa Eugênia de Mello e Castro, que não chegou a gravá-la.
“Como não entendo nada do dialeto napolitano, ignorei as palavras e fiz uma letra como se fosse uma melodia original do Lulu Santos ou do Guilherme Arantes. Escrevi uma letra extremamente romântica, da minha cabeça”, contou Nelsinho.
O produtor afirmou que, quando retornou ao Brasil, em 1988, ofereceu a música para Marina Lima, uma estrela do pop brasileiro à época, que a recusou. “(ela) Gostou, mas não achou adequada para seu estilo”, disse Nelsinho.
Ele, então, chamado para trabalhar com Marisa Monte, que estava em início de carreira, ainda fazendo shows em lugares pequenos, ofereceu Bem Que Se Quis à ela. “Ela, imediatamente, quis”, escreveu Nelsinho.
Marina, no entanto, mesmo não tendo gravado Bem Que Se Quis, deu uma ajuda à canção.
De acordo com Nelsinho, Marina pediu à atriz Lúcia Veríssimo, que, segundo o produtor, era namorado da cantora na época, interceder para que Bem Que Se Quis entrasse para a trilha sonora da novela O Salvador da Pátria. E foi o que ocorreu.
Entre meados dos anos 1960 e início dos anos 2000, uma música entrar para a trilha de uma novela era garantia de sucesso. Com Bem Que Se Quis não foi diferente. Impulsionou a carreira de Marisa e até hoje é uma de suas músicas mais conhecidas.