Israel expande operações no sul de Gaza e agrava crise humanitária na região
Forças israelenses expandiram suas operações militares na cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, intensificando esforços para matar a liderança do Hamas, agravando a situação de crise humanitária no enclave palestino. Enquanto isso, agências de ajuda internacionais alertam que as áreas para as quais os palestinos foram orientados por Israel a se deslocar estão cada vez mais lotadas e com poucos recursos.
Uma delegação política do Hamas dirigiu-se ao Cairo nesta sexta-feira para discutir um acordo proposto pelo Egito para acabar com a guerra, um plano com o qual nenhum dos lados concordou até agora, de acordo com autoridades egípcias. Israel disse que as negociações sobre o acordo, que libertaria os reféns detidos pelo Hamas, estavam em andamento.
Nos últimos dias, Israel intensificou as operações em campos de refugiados densamente povoados no centro do enclave palestino, onde seus militares dizem que os militantes do Hamas estão abrigados em túneis subterrâneos com décadas de existência.
Ao assumir o controle do centro da Faixa de Gaza, Israel criaria uma linha contínua de controle entre as tropas terrestres no norte e as operações em Khan Younis, que Israel diz ser a sede de uma das mais importantes brigadas militares do Hamas.
Os militares israelenses disseram ter matado dezenas de militantes em Khan Younis nos últimos dias, usando ataques aéreos, drones, franco-atiradores e tanques. Além disso, Israel afirmou que concentra seus esforços para localizar os principais líderes do Hamas, incluindo seu líder, Yahya Sinwar, e Mohammed Deif, chefe do braço armado do grupo, que se acredita estarem escondidos em uma extensa rede de túneis sob Khan Younis.
As ordens de retirada dos militares israelenses e um novo fluxo de pessoas deslocadas em direção ao extremo sul da Faixa de Gaza aumentaram a pressão sobre os escassos recursos e o excesso de lotação de uma área que já era a mais densamente povoada do enclave, com cerca de 12 mil pessoas por quilômetro quadrado, segundo as agências humanitárias.