• Diálogo que converte

  • 15/02/2019 10:30

    “Senhor, Tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?” (João 4.11 –  Ler João 4.1-30,39-42)

    Jesus está a caminho. E param num poço para descansar. Deus se tornou tão humano em Jesus que ele era como um de nós: cansava, sentia fome, tinha sede, sono. Enquanto os discípulos foram buscar comida, Jesus fez algo inédito e proibido: puxa conversa com uma mulher que estava tirando água do poço. Para os judeus, “as mulheres, em público, deveriam passar despercebidas. “Não converse muito com uma mulher”, diz o escriba Yose bem Yohanan de Jerusalém (150 a. C.) As regras de decoro proibiam encontrar-se sozinho com uma mulher, olhar para uma mulher casada e até mesmo cumprimentá-la.” (Jerusalém no Tempo de Jesus, p. 474). E, para complicar mais ainda, a mulher era samaritana. Os judeus e samaritanos “não se davam”. E a mulher samaritana estava no poço buscando água na hora do meio-dia, o que não é normal. Nesta hora, todas as mulheres já haviam buscado água para limpar a casa, fazer o almoço. Provavelmente, a mulher samaritana estava no poço naquela hora porque não queria encontrar ninguém por sua situação de marginalidade. 

    Mas Jesus rompe barreiras. Quer mostrar com isso que não podem haver barreiras sexistas, raciais, culturais entre as pessoas para separá-las, criando ódio, rancor, conflito. Jesus sempre dialoga, aceita, tem compaixão. 

    Jesus começa a conversa de uma maneira simples. Pede: “dá-me de beber.” Assim, expõe sua necessidade. Não começa perguntando, questionando, não coloca a mulher em situação difícil. Mas a mulher é direta: “Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?” A mulher mostra nesta pergunta que conhece toda sua situação de marginalidade social. 

    No diálogo que se segue, Jesus vai conquistando o coração da mulher. Não usa palavras de ofensa. Não recrimina. Não condena. Somente oferece a água viva a uma pessoa com sede da graça de Deus (v. 13,14). Jesus toca o coração sofrido da mulher – sempre sofrera rejeição, condenação de todos. E Jesus a acolhe a oferece o convite para receber a vida abundante e plena que Deus oferece. Este convite tocou o coração da mulher. E ela pede: “Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede.” (v. 15)

    Neste momento, para mostrar a seriedade do compromisso com o Deus da vida, Jesus pede: “Vai, chama teu marido e vem cá.” (v. 16).  Complicou. Aceitar o convite para viver na graça de Deus tem implicações para a vida. Ela respondeu: “Não tenho marido.” (v. 17) Com isso, Jesus mostra que nada adianta mentir nem esconder nada de Deus. Com Deus, é preciso abrir o coração, ser sincero, pois Ele sabe tudo que se passa conosco. Mesmo sabendo tudo, Deus quer que contemos para Ele. Deus quer sentir nossa sinceridade. 

    Jesus elogia a sinceridade da mulher (v. 17,18) e pede que ela vá até “àqueles homens” (seus ex-maridos?) e diga: “Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?” (v. 28,29) Aqui Jesus quer nos ensinar que aceitar da água viva requer compromisso com a causa do Reino. Implica em convidar outros para vir e beber da água viva. Não se pode reter a Boa Notícia somente para si. 

    Todos foram. E, no fim, lemos que muitas pessoas da cidade creram em Jesus e Ele ficou ali por dois dias (v. 39-41). E dos samaritanos vem a mesma confissão de Marta e Pedro: “Este é verdadeiramente o salvador do mundo.” (v. 42)

    Assim, também hoje Jesus conversa conosco. Sem condenação, sem ar de superioridade, sem discriminação. E quer nos conduzir pelo caminho da vida, da verdade. Quer converter nosso coração e nos chama a ser seus colaboradores, a trazer mais pessoas a Ele para beber da água viva. 


    Conheça a Igreja Evangélica de Confissão Luterana em Petrópolis. 

    Avenida Ipiranga, 346.

    Cultos todos os domingos às 09:00h. Tel. 24.2242-1703

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