• Doenças respiratórias crônicas: males que se agravam com os dias mais frios

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  • 08/05/2016 08:30

    Depois de um calor intenso até o fim de abril, o frio finalmente chegou com força no sudeste do país. Na primeira semana de maio os termômetros começaram a registrar temperaturas muito baixas, e a umidade do ar já apresentou grande queda. Em Petrópolis, a mínima registrada na terça-feira foi de 3,8ºC, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia. 

    As duas estações que registram as temperaturas mais baixas do ano são muito bem recebidas por quem é apaixonado pelo leite quente, por dormir de edredom e andar nas ruas cheio de casacos. No entanto, o período outono/inverno pode trazer de volta velhas patologias que muita gente já tinha até esquecido que existiam. 

    A baixa umidade do ar, que quase sempre acompanha o frio, quando somada ao aumento da poluição, pode agravar a situação de quem tem doenças respiratórias crônicas. A época também provoca queda da imunidade das pessoas, tornando-as mais predispostas a desenvolver problemas como rinite alérgica, sinusite, asma, bronquite, entre outras inflamações e infecções do trato respiratório. 

    A asma, por exemplo, atinge aproximadamente 16 milhões de brasileiros, com índice de mortalidade que chega a 3 mil pessoas por ano, segundo a Organização Mundial de Saúde. 

    O médico especialista Roberto de Souza, da Secretaria de Estado de Saúde, explicou que nas estações secas vários fatores estimulam a ocorrência dessas doenças. “O frio, a baixa umidade, o resfriamento do ar, o contato com ácaros de roupas guardadas, os ambientes fechados e a ventilação reduzida facilitam e muito a transmissão dos agentes infecciosos. Os vírus que causam essas doenças ficam suspensos no ar por até 24 horas, e os bacilos até 48 horas. Mesmo quando o ar lá fora é seco, se o ambiente fechado for úmido isso favorece a proliferação do fungo, que age diretamente no sistema imunológico do paciente, que já está reduzido e não consegue combater de imediato esse agente. A partir daí começam as coceiras da rinite, que podem avançar para outras doenças. 

    Segundo o órgão estadual, as doenças mais comuns dessa época do ano são a rinite alérgica, asma, sinusite, bronquite crônica e enfisema. Essas patologias são causadas por infecções respiratórias agudas de vírus ou até de bactérias, que podem ser mais perigosas. As reações alérgicas são uma defesa do corpo para tentar eliminar principalmente os ácaros, encontrados na poeira e nos casacos e cachecóis que estavam guardados durante muito tempo no armário.

    É por isso que os infectologistas recomendam, nessa época do ano, redobrar os cuidados para não contrair essas doenças ou alergias, que podem ir se agravando ao longo do tempo. “Quando a temperatura está mais baixa, são necessários alguns cuidados especiais com a saúde. “A exposição ao frio agrava várias doenças respiratórias. Isso ocorre devido ao efeito danoso direto do frio sobre o epitélio da via aérea, tecido que reveste a mucosa das fossas nasais”, explicou Wando Mattos, médico especialista na área. 


    Gripe e resfriado

    A gripe é um quadro de infecção mais intenso causado pelo vírus da influenza. Os pacientes gripados têm febre alta, dores no corpo, dor de cabeça e calafrios. Os sintomas de coriza, tosse e faringite podem ficar em segundo plano frente às manifestações sistêmicas mais intensas. Além disso, a doença pode provocar febre, diarreia, vômitos e dor abdominal, principalmente em crianças mais jovens. A gripe, se não for cuidada e tratada a tempo, pode evoluir para uma pneumonia. Já o resfriado tem os mesmos sintomas, mas aparecem de uma forma mais branda, muitas vezes sem febre, ou com temperatura corporal que não ultrapassa os 37,8ºC.


    Importância da vacinação

    A vacina contra a gripe é muito eficaz e efetiva. Segundo o Ministério da Saúde, a vacinação previne em até 40% dos casos de gripe comum para os grupos de risco. No caso da gripe H1N1, a eficácia chega a 70%, por se tratar de um tipo específico de vírus.

    A vacinação deve ser obrigatória em pacientes com asma, doenças cardiopulmonares crônicas, doenças renais, doenças que necessitam de uso contínuo de aspirina ou imunodeficiência.


    Quem foi vacinado pode te r gripe?

    A vacina da gripe objetiva imunizar contra a infecção de um determinado tipo de vírus, o Influenza, infecção das vias aéreas superiores com maior repercussão clínica. No entanto, existem vários sorotipos. Só a gripe tem três tipos. Por isso, todos os anos a Organização Mundial de Saúde descobre o vírus que está circulando e elabora a vacina para proteger a população.

    As crianças são mais suscetíveis, devido ao convívio em creches, onde uma contamina a outra.


    Dicas

    -Deixar o ambiente ventilado

    -Lavar as mãos frequentemente durante todo o dia

    -Beber bastante água, mesmo sem sentir sede

    -Etiqueta da tosse (tossir no punho e no dorso)

    -Evitar o contato de crianças sadias com pessoas com infecção respiratória;

    -Evitar o acúmulo de poeira em casa;

    -Lavar e secar ao sol mantas, cobertores e blusas de lã guardadas por muito tempo.


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