Serviço precário de internet banda larga prejudica consumidores em Petrópolis
Os problemas com internet em Petrópolis vêm sendo motivo de constantes reclamações de moradores de diversas localidades do município. Mesmo com a diversidade de empresas oferecendo o serviço na cidade, a população não está satisfeita com a forma como a internet chega às residências. Do centro aos distritos, a situação acomete quem vive em casas, apartamentos e principalmente quem reside em regiões mais afastadas. Quem precisa trabalhar ou estudar fazendo o uso de banda larga não consegue conectar, vive constantemente sem sinal, enfrenta quedas diante de chuvas ou mudanças climáticas, além de não encontrar operadoras que atendam todas as áreas.
Quem depende de internet para trabalhar acaba encontrando dificuldades diárias quando precisa fazer uso do serviço. Hugo Theobald, que é diretor de uma produtora audiovisual em Petrópolis, diz que por muito tempo teve de fazer upload dos vídeos de outro local, por ficar dias sem conexão no escritório. “O sinal caía muito e quando havia demanda de materiais para emissoras de outros estados, clientes de localidades diferentes, ou transmissões que dependessem da nossa internet, ficava inviável. Por muitas vezes, tive que deixar vídeos subindo por horas ou pedir ajuda a amigos que tinham redes com potência superior”, relata.
Rosemere Carreiro é auxiliar de serviços gerais e moradora da servidão José Joaquim Lavandeira, no Retiro. Desde 2014, quando se mudou de sua casa na 24 de Maio para a localidade, enfrentou problemas para transferir a linha telefônica e a internet. “A empresa alegou que havia viabilidade e que nós teríamos o serviço prontamente no novo imóvel. Passaram-se meses, o local não tinha acesso à internet e nós continuamos pagando mesmo sem ter o cabeamento necessário para o serviço. O caso rendeu cobranças por aproximadamente oito meses e apenas a justiça foi capaz de resolver. Hoje temos internet em casa, graças a uma nova rede que oferece o serviço e apresentou prontamente uma possibilidade de instalação”, explica.
O vendedor Everaldo Fernandes precisa ter acesso às redes para facilitar as questões da rotina de trabalho, além de poder cursar a graduação a distância em gestão financeira. Desde que está morando em um apartamento na Rua Santos Dumont, no Centro, viu a relação com a internet se tornar um verdadeiro caos. “Diversas empresas não investiram no centro. São inúmeras que não atendem. Tenho que ficar gastando dados móveis por não conseguir uma operadora que forneça o serviço com qualidade. Venho tentando há uns três meses instalar. Quando me mudei, fiz uma transferência de internet que só apresentava instabilidade de sinal. Por conta disso, preciso encontrar outra opção”, conta.
Para quem vive fora do perímetro urbano do Centro e arredores, estar conectado em casa se torna um grande desafio. A administradora Eliana Castilho é moradora do Vale do Cuiabá e não vê alternativas que sejam acessíveis para ter o serviço que acaba se tornando essencial para a comunicação, estudo, além de lazer e entretenimento.
“As empresas nessas regiões cobram preços absurdos, que ficam inviáveis para quem contrata. O que acaba acontecendo é o monopólio dos serviços e assim nós ficamos dependentes de uma só, e que não funciona por muitas das vezes. A gente até consegue ter internet, mas o alto custo acaba ficando surreal e o que mais se vê é que fazem o que querem, já que as opções são escassas. Outro detalhe é que grandes empresas também não pretendem investir nessas regiões”, diz.
A Tribuna entrou em contato com as principais fornecedoras do serviço no município. Questionamos os motivos de constantes quedas de sinal e falta de cobertura em diversos pontos, mas até o momento da publicação, as empresas não se posicionaram sobre o assunto e nem relataram que avanços podem ocorrer para que a questão da conectividade no município possa fluir de melhor forma.