Vale do rio de lama
Uma velha piada, registra um diálogo do poderoso Deus Criador com um de seus santos mais chegados:
– Deus Todo Poderoso! Senhor! por que permitis a um povo chegar a terras maravilhosas, ímpar em tudo, rica dos maiores bens do planeta, e nela intentar a criação de um paraíso na terra? Que predileção tem o Senhor pelos mágicos recantos que já estão chamando de Brasil? Pretende o Senhor tornar esse país a capital terrena do Reino de Deus? O Senhor contraporá algum fator que permita a existência de uma nação com algum contraditório?
– MEU SANTO, CLARO QUE EXISTIRÁ O CONTRADITÓRIO: VOCÊ VERÁ QUE povinho JÁ ESTOU ENVIANDO PARA LÁ…
É uma piada de humor mais do que negro, deixando o Criador de batina curta e os santos preocupados com o que fará o tal povinho com aquele maravilhoso lugar.
Só para entender: o país continua lindo, sim; cresce, é claro; possuiu e possui cidadãos conscientes, é fato verdadeiro; as riquezas naturais estão sendo respeitadas, mantidas, cuidadas, ou…
É esse “ou” que preocupa o Brasil – e todo o Mundo está de olho –; nação que possui os maiores depósitos de ricas matérias primas necessárias ao futuro do planeta e, no momento, escassas em outras terras, enquanto nós guardamos tais riquezas, explorando-as com sofreguidão e muita ganância. Ainda estamos sob a égide do “jeitinho” e o mau caráter de parte desse povinho citado acima. Sem pejorativos ofensivos porque sabemos que a política brasileira tem complicado o fácil e permitido os monumentais desvios financeiros e, mais grave, os de caráter, conseguimos transformar um vale de rio doce num lamaçal pestilento e assassino.
A catástrofe aconteceu, foi repetida e não temos vulcões para compactar lavas em brasa em terrenos férteis, explosões da natureza, incontroláveis (ainda)…; ou tsunamis gigantescos em mares que se adensam por fatores geológicos incontornáveis. Temos, sim, a nefanda ação em favor da politicagem de resultados pessoais e corporativos, nenhum do interesse do desenvolvimento do país pelo enriquecimento cultural e financeiro de seu povo, tratado como povinho em época de eleições, enganado com promessas que jamais serão ou poderão ser cumpridas, porque mentirosas e distantes da realidade que é encontrada nos subterrâneos do poder político.
Passamos por um período político de muita vergonha e estamos pagando muito caro por esse passado de comportamento inconsequente, pela disposição de copiar as falências políticas de interpretações doutrinárias equivocadas, que já foram expulsas do planeta. E o resultado de tudo aparece, desmorona, mata e sepulta aqueles que deveriam ser respeitados: os cidadãos brasileiros que já foram capazes de criar maravilhas e gozar de justo respeito no cenário internacional.
Povinho, uma ova! Mas tem que acordar!