• Personagem de si mesma, Taylor Swift empolga comunidade de fãs

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  • 26/11/2023 08:10
    Por Julia Queiroz / Estadão

    Taylor Swift subiu ao palco do Allianz Parque, em São Paulo, na sexta-feira, 24, com uma tarefa importante: convencer uma legião de fãs magoados com todos os acontecimentos da passagem da The Eras Tour pelo Brasil até então.

    A cantora, que volta ao palco hoje, pode até não ter feito as pazes com todos, mas a apresentação mostra porque eles seguem sendo fiéis a ela. Com mais de 50 mil pessoas presentes, recorde de público do Allianz Parque, Taylor fez um show inesquecível. É uma performer excepcional. Canta 3h30, sem playback.

    Havia no ar a certa expectativa sobre se a cantora falaria a respeito da morte da jovem Ana Clara Benevides, de 23 anos, que passou mal durante a apresentação da cantora no dia 17, no Rio. Não porque se esperasse uma postura diferente, mas porque Taylor se fez em sua relação com os fãs e parece que, desta vez, escolheu manter-se distante.

    Por volta de 19h30, Taylor subiu no palco sem atrasos e, quando começou os primeiros versos de Miss Americana & The Heartbreak Prince, faixa que abre o show, era quase difícil ouvir sua voz de tanto barulho da plateia. Ela elogiou o público pelo barulho e por cantar tão alto pelo menos três vezes ao longo da noite.

    A The Eras Tour é dividida em blocos dedicados a cada um dos discos da cantora. Os álbuns não são apresentados de maneira cronológica e a cantora faz pequenas pausas para trocas de figurino. No Rio, houve quem a acusasse de ser robótica. Mas a questão é que Taylor trata o show quase como um espetáculo teatral: quando sobe no palco, ela é a personagem Taylor Swift.

    Em Cruel Summer, é uma modelo desfilando pelo palco e acenando para o público; em Fearless, volta a ser uma jovem cantora deslumbrada com a vida; em Willow, é uma bruxa fazendo magia em uma floresta encantada; em August, uma pessoa sofrendo por um amor não correspondido. Cada uma dessas personagens é interpretada por Taylor com maestria.

    VIAGEM. É essa dedicação que torna o show um espetáculo tão completo, mas que também pode torná-lo robótico. Taylor, contudo, promete uma viagem no tempo e é exatamente assim que nos sentimos.

    Há sim momentos em que ela descarta a persona e dá ao público um vislumbre dela mesma. Mas é preciso aprender a diferenciar. Antes de The Man, ela brinca sobre como a plateia a faz sentir poderosa – isso faz parte do show.

    Mas antes de apresentar as músicas surpresa (momento no qual canta duas canções que não foram incluídas no setlist e, teoricamente, não foram apresentadas em nenhum show anterior), ela conversa com os fãs e parece genuína em falar de sua gratidão.

    Na sexta, ela fez questão de dizer que via cada um dos fãs na plateia, que sabia que todos estavam cantando alto e dançando. As músicas surpresa são sempre um momento muito esperado do show. Nesta noite, ela tocou, pela primeira vez, Now That We Don’t Talk, da versão regravada de 1989. Depois, no piano, apresentou Innocent, de Speak Now.

    Depois de pular e dançar por 3 horas e meia, fãs saíram do Allianz conversando, trocando mais pulseiras da amizade e sorrindo. É uma sensação de comunidade e, mesmo que Taylor os tenha decepcionado, é ela quem proporciona isso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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