03/12/2023 08:30
Após passar por momentos de reestruturação ao longo dos últimos anos, o Partido dos Trabalhadores (PT) em Petrópolis busca retomar seu espaço na política local. Atual presidente da sigla, Thiago França conta que o partido tem grandes expectativas para as eleições municipais do ano que vem. Segundo ele, o PT tem como grande objetivo a eleição de, pelo menos, um vereador para a Câmara Municipal. Já em relação à Prefeitura, a tendência é que a sigla apoie o atual prefeito Rubens Bomtempo.
Aos 40 anos de idade, França assumiu a presidência do partido no início deste ano, de forma interina, após renúncia da então presidente Mônica Dória. Em plenária da sigla, realizada neste mês, foi reeleito pelo diretório até meados de 2025.
Sua história no PT teve início em 2017, ano de sua filiação, após saída do PCdoB.
“Comecei minha atuação política no movimento estudantil, quando fiz parte da Associação Petropolitana dos Estudantes (APE), além de ter colaborado com a União Nacional dos Estudantes (UNE). Também fui integrante do Sindicato dos Gráficos por oito anos e da Associação de Moradores do Boa Vista, local onde fui criado”, conta.
Ele lembra que na época de sua filiação, o PT passava por um dos momentos mais difíceis da história do partido, um ano após o impeachment da então presidente Dilma Roussef.
Em Petrópolis, a sigla era comandada por Geraldo Luís e passava por um momento de reestruturação.
Pretensões do PT para as eleições 2024
Questionado sobre as pretensões do partido para as eleições municipais do ano que vem, Thiago conta que tudo dependerá de um consenso entre a federação – vale lembrar que o PT faz parte da federação Brasil da Esperança, que também conta com PCdoB e PV. Segundo ele, a federação já começa a estruturar uma nominata visando as eleições para a Câmara Municipal. Thiago conta, ainda, que nomes que haviam saído do PT retornaram à sigla e podem reforçar o time de candidatos para 2024. Além do vice-prefeito, Paulo Mustrangi, nomes como Anderson Juliano, Renato Freixiela, Jorginho do Banerj e Silmar Fortes estão filiados no partido.
Em relação ao Executivo Municipal, o presidente do Partido dos Trabalhadores admite “caminhar” ao lado do atual prefeito Rubens Bomtempo.
“Muito difícil termos o partido do prefeito sendo o mesmo do vice-presidente e não caminharmos juntos. Vários setores do partido (PT) concordam com essa ideia. As conversas continuam, mas tudo indica que caminharemos juntos”, reforça.
Sobre a possibilidade do PT ingressar no governo municipal antes das eleições de 2024, Thiago admitiu conversas sobre o tema, que teriam começado há um mês.
“Para o partido não é apenas participar do governo. Caso possamos implementar as políticas que achamos que são necessárias na cidade e que comunguem com o que o presidente Lula tem apresentado nacionalmente, é um compromisso com a agenda e com bandeiras que defendemos. Mas não é um assunto fácil de ser definido. Estamos conversando sobre as possibilidades”.
Segundo Thiago França, o principal foco do PT é voltar a ter representantes na Câmara Municipal. O presidente do Partido dos Trabalhadores também reforçou que apoia o aumento no número de cadeiras no legislativo municipal, ideia que é compartilhada por outros partidos.
“Aumenta a representatividade, aumenta a possibilidade da população ser representada. Estamos vendo com o departamento jurídico do PT sobre esse tema (aumento para 21 vereadores), estamos conversando com outros partidos, além dos que fazem parte da federação, como o PSB, e eles têm a mesma visão que a nossa sobre o aumento para 21 cadeiras. A ideia é agora conversarmos com outros partidos que tenham a mesma linha de pensamento. Talvez judicialmente requerer esse aumento, até porque os custos da Câmara não aumentariam, seria apenas uma readequação da Casa Legislativa”, argumenta.
Viés ideológico nas eleições 2024
Sobre uma possível eleição municipal mais ideológica, Thiago França ressalta que tudo irá depender dos quadros que participarem da disputa.
“Historicamente, as últimas eleições na cidade ocorreram com formações de frentes amplas. Acredito que não só a esquerda, mas a direita também queira construir uma frente ampla. Tudo vai depender da figura que for colocada, se ela vai querer polarizar nesse discurso mais ideológico.”
No entanto, o presidente do PT ressalta que em comparação a pleitos municipais anteriores, questões ideológicas serão mais debatidas e levadas em conta para a decisão do voto.