Postagem sobre motorista de Uber que teria estuprado adolescente é falsa
A Polícia Civil de Petrópolis desmentiu a informação que circula em grupos de WhatsApp noticiando que um motorista de Uber teria estuprado uma adolescente, há duas semanas. Em algumas mensagens, a imagem do homem chegou a ser divulgada.
Em nota publicada na noite dessa terça-feira (8), na página oficial da 105° Delegacia Policial no Facebook, a polícia diz que que informações erradas podem causar danos irreparáveis na vida de uma pessoa. De acordo com a polícia, após a notícia vazar, uma investigação sigilosa foi iniciada, comprovando a inverdade dos fatos. O texto diz que a "suposta vítima", que é menor de idade, foi ouvida em diferentes ocasiões e que em alguns momentos caiu em contradição.
Ainda segundo a polícia, a adolescente confessou que inventou a história por estar com muita raiva do homem, não alegando o motivo.
Leia a nota na integra
"Os tempos são outros e a informação, hoje, circula com uma velocidade muito grande. A internet e a facilidade de acesso aos meios de comunicação permitem que as pessoas se falem mais, se vejam mais e que os fatos sejam conhecidos de muitos. O mundo mudou para melhor e a tecnologia é a porta voz de boas e más notícias. O que se faz é o que se fala correm os cantos. Em poucos minutos, piadas e imagens divulgadas em um extremo do país chegam ao outro.
A sociedade ganha e as estruturas estatais ainda mais com a modernidade. Mas se a informação é positiva, se mal conduzida ou mal interpretada, é capaz de estrago irreparável. Por isso e por tantas outras razões, a Polícia Civil do Rio de Janeiro se faz inserir nestes meandros para acompanhar as mudanças, separar as inverdades, controlar excessos e se apropriar de notícias para apurar os fatos.
Nas duas últimas semanas mensagens circularam em grupos de WhatsApp noticiando que um motorista de Uber teria estuprado uma adolescente. Enquanto a mensagem chegava ao conhecimento de muitos e levava com ela a fotografia do suposto criminoso, pessoas mais cuidadosas procuraram a 105 °Delegacia Policial de Petrópolis para dar ciência e alertar sobre o duplo perigo da exposição exagerada.
Em silêncio e com os cuidados necessários, a investigação seguia na delegacia conduzida por uma equipe de policiais treinados e experientes.
A vítima foi ouvida por diferentes ocasiões e examinada por legistas do IML que em nenhuma das ocasiões encontraram vestígios compatíveis com a narrativa.
Qualquer divulgação precoce poderia expor ainda mais os envolvidos e dar contornos diversos aos fatos que sempre foram encarados com a seriedade devida.
Assistida pelo Conselho Tutelar e pela própria mãe, a então vítima confirmou ter inventado a história para prejudicar o então investigado de quem estava com muita raiva.
Por ser menor de idade, a adolescente, vai responder pela prática de ato infracional análogo ao crime de denunciação caluniosa."