A palavra final
A palavra final será sempre a da nossa vontade.
A palavra final virá dentro dos acúmulos de um viver.
A palavra final será a contestação ou a veracidade dos fatos.
A palavra final virá, quando nossos limites forem ultrapassados.
A palavra final será o teor absorvido e sentido a cada etapa.
A palavra final é o resultado do produto adquirido no pretérito e no presente.
A palavra final, muitas vezes, é injusta e egoísta, falha ou negligenciada; porém, terá a colocação da alma em relação às suas oportunidades vivenciais.
A palavra final será o somatório da razão, da especulação e das ofertas, diante de um viver em que as oportunidades, muitas vezes, nos surgiram, mas que negligenciamos por vaidade ou orgulho, ou em sentimentos que ocultamos, para que não nos tragam sob maiores sacrifícios ou dificuldades.
As palavras finais de um viver serão, na maioria das vezes, o fluxo próprio dos angariamentos emocionais e racionais que vivenciamos e que, nos instantes terminais, surgem em toda plenitude e claridade.
As palavras finais de um viver humano serão retratos vivos de: culpas, remorsos, indiferenças, sofrimentos, falhas, construções, independências, orgulhos ou abastecimentos, tudo isto numa multiplicidade de percentuais e aspectos que irão variar nas apresentações que liberamos, por livre vontade.
As palavras finais nos pertencerão sempre, expondo todo o nosso viver, constatando-nos em razão, sabedoria, percepções e sentimentos diante de olhos alheios, porém, surgindo em profundidades nunca antes percebidas, pois, por estarmos já na maturação específica de uma etapa vivencial, poderemos, assim, colher os frutos maduros ou podres, como também observar os que estão ainda verdes e que, naturalmente, serão colhidos nas subsequentes vidas.
As palavras finais de uma alma, na observância de um viver, serão diárias apresentações do que foi atingido, do que foi negligenciado ou mesmo daquilo que foi apresentado e não acolhido.
As palavras finais da velhice serão sábias ou sofridas; palavras que surgirão num forte ultimato depois das oportunidades esquecidas ou falseadas; palavras e vibrações que brotarão por se perceberem as falhas ou as omissões, o quanto poderia ter sido feito e realizado, e o quanto, agora, no final da caminhada, trouxe de aprendizado e evidenciações, ao Espírito desperto em suas emoções e razão.
As palavras finais de um moribundo serão o fluxo constante de tudo aquilo que ficou prensado na alma; do que foi percebido e, muitas vezes, não manifestado; do que foi sentido e não dilatado; do que precisava ser mais bem elaborado e foi negligenciado, por medo ou indiferença.
Estas palavras, que se repercutirão na mente espiritual, serão a constante a ser levada através do túmulo, numa frequência, muitas vezes, difícil e onerosa, por não poder mais a alma novamente se ver diante das situações pretéritas.
Amigos, palavras finais surgirão a cada etapa do viver ou a cada finalização de situações no viver diário, porém, nós mesmos não colocaremos nunca, pontos finais às situações que nos envolvem, justamente, por Deus nos dar as múltiplas oportunidades de modificarmos os textos finais do nosso viver, textos estes que poderão ser relidos, corrigidos e acrescentados, a cada etapa de vida, sejam as vidas exercitadas em planos espirituais ou carnais, nas diversas moradas universais.
Por isso, irmãos, vejamos que palavras finais iremos buscar, a lançar em momentos finais do viver. Mas, lembremo-nos de que os que ficarem, depois de nossa partida, sentirão as fortes impressões por elas firmadas, pois poderemos, também, deixar ônus e tristezas, ou luzes e fortalecimentos, aos que nos amam e nos desejam amparar, mas que terão de conviver com as vibrações últimas, que deixarmos.