Banco Central anuncia renovação de US$ 10,4 bilhões de swaps cambiais
O Banco Central (BC) anunciou a rolagem (renovação) de US$ 10,4 bilhões de contratos de swap cambial – equivalentes à venda de dólares no mercado futuro – que venceriam em 2 de janeiro. A medida ajuda a diminuir a pressão sobre a moeda norte-americana no mercado de derivativos.
As operações começam na segunda-feira (3), quando a autoridade monetária fará leilão para renovar US$ 691,5 milhões por contratos que vencerão em maio, julho e novembro do próximo ano. Os leilões de rolagem seguirão até 21 de dezembro.
O BC também deixará de leiloar dólares das reservas internacionais com compromisso de pegar a divisa de volta daqui a alguns meses. Nos últimos três dias, o banco vendeu US$ 4,25 bilhões das reservas em leilões de linha para segurar a alta do dólar, que na segunda-feira (26) fechou em R$ 3,917, no maior nível desde outubro.
Com a rolagem integral (de 100% dos contratos em circulação), o BC mantém o estoque de swaps na economia em US$ 68,9 bilhões. Se não fizesse os leilões de renovação ou renovasse menos que 100% dos contratos, o estoque cairia, o que equivaleria na prática à compra de dólares no mercado futuro e pressionaria para cima a cotação da moeda norte-americana.
Por meio das operações de swap, o Banco Central oferece contratos em reais no mercado futuro e intervém no câmbio sem usar as reservas internacionais. Nesse tipo de contrato, o BC aposta que o dólar subirá mais que os juros futuros. O mercado aposta que os juros subirão mais que o dólar.
No fim do contrato, ocorre a troca de rendimentos (swap em inglês), resultando em prejuízo para o Banco Central e lucro para os compradores caso o dólar continue a subir e no contrário (lucro para o BC e prejuízo para os investidores), se a cotação cair. Os investidores recebem reais corrigidos pelo dólar, sem comprarem dólares diretamente no mercado e deixando de pressionar a cotação da moeda norte americana.
Nesta quinta-feira (29), o dólar interrompeu uma sequência de duas quedas diárias e voltou a subir. O dólar comercial fechou cotado a R$ 3,857 para venda, com alta de 0,43%.