Viver bem!
Vimos percebendo, há algum tempo, em decorrência de narrativas a nós transmitidas por amigos, que muitas pessoas, obviamente sem generalizar, vêm adotando atitudes reprováveis por ocasião de diálogos mantidos, alguns até os mais corriqueiros.
Outrossim, em certas situações, queixam-se de que o ser humano esteja despido de caráter, mentem sequer “sem ficarem vermelhos”; fingem e alguns deixando escapar escabrosos sentimentos, tais como a inveja e a falta de amor e generosidade.
Na nossa modesta opinião, quer parecer que se tratam de seres realmente doentes e que devam buscar ajuda médica, rapidamente.
Alguém dentro desta mesma linha, esbaforido, grita: “…estamos convivendo com a brutalidade e até com “amigos” que possamos intitulá-los “amigos da onça”, conforme o ditado popular.
Refletindo com mais vagar, arriscamo-nos sugerir que deveriam adotar a saudável prática da boa leitura, que certamente acalma e mantém as mentes mais tranquilas – um bálsamo para os nervos e a consciência.
A nosso ver, a título de aconselhamento, vimos propor também a tais pessoas a leitura de trovas, as quais, na sua grande maioria, encerram sentimentos, em apenas quatro versos, de bons aconselhamentos, mensagens de amor, amizade e carinho, com relação àqueles que se encontram “naufragando em mares bravios”.
Permitimo-nos, assim, transcrever algumas que seguem:
Cuidado amiga! Tem calma!
Não blasfemes contra o amor!
– Porque o Frio que tens n’alma
amanhã será Calor”.
(David Passerino – poeta, nascido em Joinville – SC, em 1936).
Lá vai outra contendo rica mensagem:
“O meu coração te dei,
Me ofertaste a ingratidão…
Hoje tens dois corações…
Ó mulher sem coração”.
(Luiz Homero de Almeida – advogado e promotor, nascido em Felizburgo, MG, em 1928).
E mais duas outras:
“Que haja amigos não contesto,
pois, dêles é a vida farta.
Um ou dois… e são o resto
amigos de fim de carta”
(Cônego João de Deus)
“Amizades são incertas,
ao fazê-las, desconfia:
esta mão que agora apertas,
bem pode espancar-te um dia”.
(Bastos Tigre – jornalista, poeta, teatrólogo, humorista, nascido em Recife PE, em 12.3.1882).
Finalmente, mais três quadrinhas:
“As almas de muita gente
São como o rio profundo:
A face tão transparente
e quanto lôdo no fundo”.
(Belmiro Braga – poeta, nascido em Juiz de Fora – MG -, tendo falecido em 31.3.1957).
“Feliz de quem busca amigos
entre homens bons e singelos,
quem aos porcos se mistura,
aprende a comer farelos”
(Tapajós de Araújo, poeta e prosador, nascido em Belém do Pará aos 25 de abril de 1894).
“Do orgulho, conforme vês,
tenho opinião formada:
é a senhora Estupidês
com presunção de educada”.
(Lilinha Fernandes – poeta e jornalista, nascida no Rio de Janeiro.
Muitas trovas transcritas da autoria de excelentes trovadores que as fizeram vir à lume.
Se acaso algumas mensagens cujos fundamentos puderem penetrar n’alma de tantas pessoas que as precisam conhecê-las, já nos sentiremos felizes e contentes.
Concluindo, gostaríamos de encerrar este “festival de belíssimas trovas” com a esplendorosa quadrinha da já aludida poeta e trovadora Lilinha Fernandes:
“Meus filhos! Minha alegria!
Dentro de minha pobreza,
nunca pensei ter um dia
tão opulenta riqueza.”
“O remédio” está receitado, só cumpre aos mais necessitados aprenderem a viver bem e na paz para com seus semelhantes.