• Autores de Petrópolis marcam presença na Bienal do Livro 2023; veja destaques

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  • Evento, que acontece entre os dias 1º e 10 de setembro, celebra 40 anos e reúne diversos autores da cidade

    Por Aghata Paredes

    Um dos maiores encontros literários do mundo começa nesta sexta-feira (1º), no Riocentro, Zona Oeste do Rio. É a Bienal do Livro, que este ano celebra 40 anos de história. Nesta edição, que vai até 10 de setembro, o encontro será com mais de 300 autores brasileiros e estrangeiros. Dentre eles, estão diversos autores de Petrópolis.

    No dia 5 de setembro, às 18h, o público interessado poderá prestigiar o lançamento de “Versos Escarlates”, pela Editora Bem Cultural. É a 8ª Antologia da Confraria da Poesia Informal, um projeto fundado pela poeta e editora Catarina Maul há 12 anos. Trata-se de uma coletânea de poemas eróticos, escritos por mais de 40 poetas de diversos estados do Brasil. Mais de vinte deles são de Petrópolis.

    Liberdade para sentir, escrever e compartilhar

    “Esta obra, cheia de ousadia, trará versos que permeiam os diversos tons das paixões e dos desejos, do amor ao erotismo, buscando as emoções mais intensas e genuínas dos autores. O tema foi recebido com aplausos pelos confrades que já confirmaram presença. Um brinde aos que têm coragem de expor o que as últimas décadas e séculos reprimiram em todos os seres, os instintos.”, comemora Catarina Maul. 

    Foto: Freepik

    Márcia Alamino é uma das autoras da Antologia, com os poemas “Madeira de Lei”, “Velho Vinho”, “Corpo Escuro” e “Sem Preâmbulo”. Além disso, é a sua estreia numa obra de cunho erótico. “A escrita poética permite uma conversa com o eu, a reflexão sobre o cotidiano, a revelação das emoções dos elementos circundantes, o sentimento em sua forma mais intensa. Tudo isso é levado ao público leitor, que acolhe a poesia e se identifica com ela.”, conta a autora, que mora em Petrópolis há quase 40 anos. 

    Sobre o início de sua relação com a poesia, ela reflete sobre como a escolha pela sala de aula foi determinante. “Desde muita nova sempre tive o hábito pela leitura e pela escrita, mas isso foi acentuado durante o curso de Letras, no Mestrado em Educação, e como professora de Literatura por muitos anos. Porém, a escrita literária era eventual. Como prática, a escrita poética ganhou firmeza no período da pandemia, quando comecei a participar de grupos poéticos.”  

    Escrita como recurso terapêutico

    Rosane Fernandes, psicóloga e pedagoga, participa, pela segunda vez, de uma publicação em Antologias. A petropolitana é autora dos poemas “Filha”, “Paixonite Adolescente” e “Paixões”. 

    “Minha relação com a poesia nasceu ainda no antigo ginásio, como uma forma de expressão da menina tímida que eu pensava ser. Hoje faço da escrita recurso  terapêutico. Entendo que sou mais cronista que poeta. Falo do cotidiano, de angústias, crio histórias, cenários e sei que em algum momento alguém vai se identificar com meu texto. Isso é mágico.”, conta. A  psicóloga revela, ainda, que sua publicação em “Versos Escarlates” é um ensaio para  publicações solo.

    Foto: Divulgação

    A petropolitana Flávia Justen também vai marcar presença na Bienal 2023. Neste ano, em duas antologias: “Versos Escalates”, com os poemas “Lado Oculto”, “Águas” e “Mape(AR)”, e “Pé de poesia”. Sobre o que enxerga de mais bonito na sua relação com a Literatura, ela conta que é a descoberta da própria identidade. “Temos um RG, CPF, entre outros documentos, que nos identificam. Temos identidade profissional, identidade parental e o lugar em que nascemos também é nossa identidade. Temos a identidade do nosso corpo. A identidade daquilo que o outro ou outra vê em nós. A escrita me permite dar voz a partes de mim que deixei de lado por necessitar cuidar de tantas prioridades assumidas. Vejo a escrita como ponte, asas e uma forma de reconexão com quem sou e descobertas do que ainda não sei de mim.”, conta.

    Foto: Divulgação

    Sandra Vissotto é mais uma das tantas autoras de Petrópolis que participou da Antologia “Versos Escalates”, da Editora Bem Cultural, e que estará na Bienal 2023. Ela é autora de “Para o filho de Darcy”, “Difarçamento” e “Quadra Quarteirão”. Questionada sobre a sensação de lançar um livro de maneira coletiva, ela relata que a emoção é enorme. “Antologias são fruto de trabalho coletivo, isso é muito especial. Multiplicar sentimentos, poder tocar corações, almas e mentes…É muito bom sentir que alguém vai ler, se emocionar, e fortalecer seus próprios sentimentos.”

    Além das autoras mencionadas, outros autores de Petrópolis participaram da Antologia. Frederico Gomes Fiori Sant’Anna, Rodolfo Andrade, Alan Bastos – o poeta do Amor, Rohmualdo Alves Motta, Bruno Patricio e muitos outros. Para conferir todos eles, basta visitar o Pavilhão Verde, Rua Q, 26, na Bienal do Livro.

    Foto: Divulgação

    Universos mágicos da Literatura Infantil

    Em relação aos universos mágicos da Literatura Infantil, Catarina Maul apresentará “Contando e cantando os sonhos de Dumont” (3ª edição), livro idealizado e escrito por ela, em comemoração aos 150 anos de aniversário de nascimento do Pai da Aviação. A obra fez tanto sucesso que 3.500 exemplares foram adquiridos pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação, para serem trabalhados nas escolas da rede municipal. “Depois de mais de 20 anos de sonho, vê-lo chegar às mãos dos alunos que tanto amo das escolas públicas de minha cidade é realizar um sonho, assim como Dumont realizou o seu de voar.”, conta a petropolitana.

    Foto: Reprodução

    Petrópolis também vai marcar presença na Literatura Infantil com o título “Desenhando com CB”, do autor e ilustrador Rodrigo Santana CB. Desde 2004, o artista, que já ilustrou mais de 40 livros, dá aulas de graffiti e ilustração em diversas escolas e projetos sociais. “O que enxergo de mais bonito é o fato de a criança se expressar através da arte, porque ela fala muito sobre o que estamos sentindo.”  

    “Uma cozinha muito louca – Quem quiser que arrume outra”, de Márcia Alamino, também vai estar à disposição dos leitores na Bienal do Livro 2023. Na obra, a autora apresenta a magia dos ingredientes de cozinha, que ganham vida pelas mãos talentosas da ilustradora Angelita Alves. Tudo de forma poética, lúdica e descontraída.

    Fotos: Divulgação

    História de superação

    Beto Coelho estreia na Literatura, com sua autobiografia “O menino da capela.” O autor escreveu em primeira pessoa trechos de sua trajetória, marcada por acontecimentos intensos. Um deles foi um câncer, descoberto durante o isolamento da pandemia. 

    Foto: Divulgação

    Em sua obra, os leitores mergulham em memórias e histórias, através de fotos da infância e de seus familiares mais próximos, como pais, avós, netos e filhos. Questionado sobre a sensação de lançar o seu primeiro livro, Beto conta que foi uma experiência especial. “Foi um trabalho grande, emocionante demais e, em alguns momentos, até divertido. Gostei muito de escrevê-lo, pois estou deixando para a posteridade quem eu fui, principalmente para os meus dois filhos, com os muitos acertos e diversos erros que compuseram minha vida.”

    Exemplo de solidariedade

    Durante o lançamento, em Petrópolis, Beto preferiu arrecadar latas de leite em pó a vender os seus livros. O intuito foi doá-las, posteriormente, à Associação Petropolitana dos Pacientes Oncológicos (APPO). “Com isso consegui transformar o livro em um veículo para ajudar quem muito precisa. Estou muito feliz com isso!”, conclui.

    Para saber mais sobre os autores de Petrópolis que estarão na Bienal do Livro 2023 e a programação completa, acesse: @bemculturaleditora e https://bienaldolivro.com.br/programacao/ 

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