• Itália: cidade interrompe badaladas de sino e moradores reclamam do silêncio

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  • 03/08/2023 16:36
    Por Redação, O Estado de S. Paulo / Estadão

    As autoridades da pequena cidade de Pienza, localizada na região da Toscana, na Itália, decidiram interromper as badaladas de um sino entre meia-noite e 7h da manhã para não atrapalhar o sono daqueles que dormem em locais perto da igreja. A demanda, entretanto, veio por parte de turistas, enquanto moradores da comuna expressam descontentamento e relatam até insônia “pela falta do toque da campainha”.

    A notícia foi dada pelo jornal italiano La Nazione. De acordo com o jornal, o prefeito Manolo Garosi afirmou que a decisão veio a partir de gerentes de hotéis da região histórica que, “por sua vez, tem recebido reclamações de clientes, principalmente dos que chegam do exterior para lidar com a mudança de fuso horário”.

    O prefeito ainda diz que a decisão segue o mesmo caminho que outras cidades históricas, que interromperam badaladas para economizar energia. Historicamente, o sino batia a cada 30 minutos. Independente das razões apontadas pela prefeitura, o decreto não agrada a maior parte dos moradores de Pienza, que tem pouco mais de 2 mil habitantes.

    “Nascemos nisso. Nós a ouvimos por muitos anos, mesmo no meio da noite. Em absoluto silêncio, aquelas portagens eram um sinal de vitalidade, faziam-nos companhia. Perturbação? Para nós foi um prazer. Quando já não ouvíamos as badaladas, o pensamento era de uma falha temporária”, disse um morador ao La Nazione. O jornal diz que alguns moradores falam que já estão com insônia por sentirem falta do barulho.

    Além do silêncio, os moradores ainda questionam a excessiva presença de turistas na comuna, que desde 1996 está listada pela Unesco como Patrimônio Mundial. Segundo o La Nazione, os conselheiros minoritários de centro-esquerda questionaram o prefeito “se a transformação da cidade de Pienza em uma vila turística a tornará habitável para os moradores” e “quais são as políticas de turismo específicas adotadas” pelo gestor municipal.

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