Corredores ingerem menos carboidratos que o necessário
À medida que cresce o número de adeptos à corrida, também cresce os problemas relacionados à falta de orientação. Quando a corrida vira hábito os adeptos passam a se preocupar com tudo que possa “milagrosamente” melhorar o desempenho, incluindo a alimentação, mas fazem tudo errado. Não existe milagre! Os atletas de elite têm acompanhamento profissional, mas a maioria dos corredores recreacionais recorrem a aplicativos, dicas na Internet ou amigos. Resultado: Ingerem menos carboidratos e mais proteína que o necessário além de recorrer a suplementos SEM NECESSIDADE.
Um interessante trabalho de Janaina Lavalli Goston e Larissa Lourdes Mendes publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte avaliou 19 corredores na faixa etária entre 19 e 53 anos mostrando que a ingestão de carboidrato é baixa e a de proteína é alta, considerando g/kg de peso corporal que é a recomendação proposta pelas DRIs (Ingestão Dietética de Referência). Como se não bastasse 89,5% dos corredores tinham uma ingestão de calorias também abaixo do necessário para os treinos e competições que faziam. Sabem o porquê disso? Parte dos corredores (as) têm mania infundada de ingerir menos calorias e menos carboidrato com MEDO DE ENGORDAR.
Além disso, recorrem aos suplementos até sem saberem para que servem, isso sem falar nos treinos estúpidos que copiam das redes sociais. Corredores de média e longa distância têm que andar com o “taque de combustível” cheio vindo dos carboidratos (pães, batatas, massa, arroz e cereais) apropriados convertidos em glicogênio em horas apropriadas de acordo com a hora dos treinos e/ou competição. Nossas baterias de energia, (as mitocôndrias), precisam ser recarregadas de modo constante, (ATPs), durante a corrida. Alguns corredores (as) perdem massa muscular em treinos errados. A maior quantidade de mitocôndrias estão nos músculos. Menos músculos, menos mitocôndrias, menos energia.
Carro de corrida precisa completar o tanque de combustível. Nós também. O resultado é o índice de lesões por excesso de treino e/ou dieta inadequada. Portanto, quer correr mais sem perder a saúde? Consulte um nutricionista e um treinador habilitados. É mais barato que Garmin, Tom Tom, celular, tênis, outros apetrechos e inscrições de certas corridas.
**Literatura Sugerida: 1) GOSTON, Janaina Lavalli and MENDES, Larissa Loures. Perfil Nutricional de Praticantes de Corrida de Rua de um Clube Esportivo da Cidade de Belo Horizonte, MG, Brasil. Rev Bras Med Esporte, 2011. 2) Newsholme et al. Corrida: Ciência do Treinamento e Desempenho. Editora Phorte, São Paulo, 2006.