• De 15 para 23

  • 06/11/2018 09:35

    A nossa Câmara, como diz um meu caro Amigo, não asfalta, não varre as ruas, não cuida de doentes nem dá aulas (no caso, só de maus exemplos). O Poder Legislativo de Petrópolis poderia prestar grandes contribuições a Petrópolis, no seu campo específico mas, como só contempla o seu próprio umbigo, mínima serventia apresenta. E custa uma baba.

    Impossível deixar de registrar que os nossos quinze edis resolveram abrir um debate do maior interesse da população: o aumento a quantidade de vereadores, passando de quinze a vinte e três, teto máximo previsto para nosso porte.  Um salto triplo que nos levará 53% à frente (não em eficácia, mas em número de discursos, apartes, moções, indicações, despesas e Coperlupos). Claro que tal medida, que consulta os interesses de nossos queridos partidos, acarretará a necessidade de novos oito gabinetes, cinqüenta e seis assessores que ajudarão a carregar o pesado andor, computadores com joguinhos para cada um, muito papel, bics, envelopes, selos, gasolina, cadeiras e mesas, um imóvel para abrigar a patota, funcionários terceirizados para a limpeza, café, água gelada e ar refrigerado para os dias de calor, ôôôô, Aurora. Dirão que nada custará a mais, apenas estarão cumprindo a dura Lex, sed Lex. Ninguém intervirá, e o povo será empurrado cano a dentro. 

    Todos sabemos que a Prefeitura, se empresa fosse, estaria falida por inépcia acumulada. A Câmara iria junto, pois nada arrecada, lembra rêmora de tubarão. Estamos diante de nova prova provada que as nossas normas administrativas carecem de revisão. O Povo se ferra mas os partidos detêm o monopólio de  dizer quem poderá ser candidato, elaboram os alucinados “planos de governo” e os sobrepõem ilegalmente à gestão participativa, ocupam Executivo e Legislativo, ganham tempo de TV e recebem fortunas suplementares para fazer campanhas mal feitas, que são derrubadas por quem usa whatsapp gratuito e oito segundos de TV. E cadê a grana que estava aqui? O gato comeu.

    O cidadão e a cidadã são, antes de tudo, uns fortes. Têm que aguentar todos os desmandos que cito, são informados que passaram a devedores d tanto que os Poderes torraram numa boa e não pagaram, e se mandaram deixando a conta;  vamos pagar de um jeito ou de outro, com impostos mais severos ou vendo sumir serviços. E nada de candidato avulso, apesar do direito fundamental da Constituição Federal (art. 5º, XX) e da assinatura de tratados internacionais com viagens e estadias em dólar. E lá vem a Câmara, já desperdiça trinta e um e meio milhões por ano para cuidar dos seus e ainda propõe mais  erva de passarinho. 

    Eu estou de saída, costeando o alambrado há já um bom tempo, tanto me faz como me fez. Mas entendo ser esta condição a me mandar soprar no velho trombone: conheço a Câmara, louvo o que poderia ser, lamento o que é, abomino o que quer ser, sinto-me absolutamente isento a berrar como Boris Casoy que “isto é uma vergonha!”. 

    O povo pode montar estratégias eficazes para 2020, com os raros partidos dignos e os candidatos que aceitarão virar os Poderes de ponta cabeça. Quer fazer parte da onda? Informe seu nome e e-mail para o dadosmunicipais@gmail.com. E vamos juntos!

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