‘Esse ministério é meu’, diz Lula sobre o Desenvolvimento Social cobiçado pelo Centrão
Em meio às cobiças do Centrão para mais espaço na Esplanada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que os ministérios do Desenvolvimento Social, sob comando de Wellington Dias, responsável pelo Bolsa Família, e da Saúde, de Nísia Trindade, ficam com o Partido dos Trabalhadores (PT). O chefe do Executivo afirmou que, na volta do recesso parlamentar, conversará com líderes para novas trocas em pastas “à luz do dia”.
“Esse ministério (Desenvolvimento Social) é ministério meu, não sai do PT, Saúde não sai. Não é o partido que quer vir para o governo que pede ministério, é o governo que oferece ministério”, declarou Lula, em trecho de entrevista concedida à TV Record.
No último dia 7, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, já havia defendido a permanência de Wellington Dias no Ministério do Desenvolvimento Social, como mostrou a Coluna do Estadão. “O coração do governo, a menina dos olhos do Lula está aqui. Onde estão todos os programas e políticas públicas que mais podem ajudar o Brasil a sair da pobreza”, afirmou ao lado do ministro.
Também na semana passada, Lula já havia afirmado que Nísia poderia ficar tranquila sobre a continuidade na Saúde. “Tinha visto uma pequena nota num jornal com alguém reivindicando o Ministério da Saúde. Fiz questão de ligar pra Nísia e dizer: Nísia, vá dormir e acorde tranquila, porque o Ministério da Saúde é do SUS”, disse em discurso na 17ª Conferência Nacional de Saúde, no dia 5, em Brasília.
‘Momento certo’
De acordo com Lula, “no momento certo”, o governo vai conversar com os partidos de forma tranquila. “Não quero conversa escondida, secreta, a hora que voltar o Congresso, juntar os líderes, vou conversar e toda a imprensa vai ficar sabendo do que foi ofertado”, disse. Os parlamentarem adotaram “recesso branco” e não haverá atividade no Congresso entre 18 e 31 de deste mês.
Na análise do presidente, é melhor que essas conversas sejam feitas “à luz do dia, com todo mundo sabendo”.
Dentre as conversas entre governo e congressistas, Lula citou que a gestão pode discutir emendas com parlamentares, “só não pode orçamento secreto”. “O que é grave é quando você passa a ideia de que é secreto”, afirmou.