• Rodovia Petrópolis x Teresópolis é considerada uma das piores do Estado

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  • 29/10/2018 15:45

    Há 30 anos, o professor de Educação Física, Ivo Braga, de 57 anos, percorre os 34 quilômetros de extensão da BR-495, entre sua casa em Teresópolis e a escola que dá aula em Petrópolis. Na última quarta-feira, a equipe da Tribuna encontrou o professor em um dos mais belos pontos da rodovia – o Mirante na altura do quilômetro 10 – tentando consertar o carro. “Caiu um parafuso da suspensão e estou tentando encontrar outro para seguir a viagem”, comentou.

    Ivo conta que a beleza da estrada é a única coisa que vale a pena no trajeto, o resto, segundo ele, “é só sofrimento e abandono”. “Há alguns anos, eles começaram bem. Refizeram toda a pavimentação na pista de subida, mas o dinheiro acabou e não fizeram o outro lado. O que encontramos é uma estrada bem ruim”, lamentou. As obras citadas pelo professor estavam sendo feitas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) responsável pela rodovia.

    As intervenções aconteceram nos últimos dois anos, e em 2017, o Dnit concluiu a recuperação de quatro pontes ao longo da rodovia. Já a pista de descida (sentido Petrópolis) o que tem sido feito pelo departamento são “tapa buracos” e não há previsão de uma obra de grande porte. “Quem sobe, em direção a Teresópolis, consegue fazer uma viagem mais tranquila, a estrada está bem melhor. Mas quem volta, encontra muitos problemas”, frisou o professor.

    Cravada na Serra dos Órgãos, a BR-495 – conhecida como Estrada Philuvio Cerqueira – foi considerada uma das piores rodovias do Estado do Rio de Janeiro. É o que aponta a 22ª Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgada esta semana. A falta de acostamento, o traçado sinuoso e as péssimas condições da pista foram alguns dos problemas apontados pelos pesquisadores.

    A equipe da Tribuna percorreu os 34 quilômetros da rodovia e encontrou remendos na pista, falta de capina e pouca sinalização. Quem percorre diariamente a estrada sofre com a má conservação e o abandono por parte do Dnit. “Entre os quilômetros oito e 16, a situação é bem ruim. Para mim, que trafego por aqui três vezes por semana, estes são os piores trechos da estrada”, comentou o professor.

    Para os técnicos do CNT, 82,3% da extensão da BR-495 é considerada ruim e 11,8% está em péssimo estado. A pesquisa também classificou como ruim o pavimento e o estado geral da pista. A sinalização foi considerada como regular e a geometria foi classificada como péssima. No estado do Rio, as rodovias que apresentaram a pior avaliação em um quadro geral, foram a RJ-130, RJ-144, RJ-148, RJ-165/BR-459, RJ-192/492. Em seguida vem as rodovias consideradas ruins, RJ-155/BR-494, RJ-186/ BR-393 e BR-495.

    O levantamento é feito com base na avaliação das rodovias federais de todo o país. Nesta edição, o relatório avaliou mais de 107 mil quilômetros em todo Brasil. A pesquisa avalia toda a malha percorrida apresentando resultados por tipo de gestão, por jurisdição, por Unidade de Federação, por regiões geográficas, por corredores rodoviários e por tipos de rodovias. O estudo é um instrumento de consulta para os transportadores, caminhoneiros autônomos e usuários de todo o país. Os dados subsidiam políticas setoriais de transporte, projetos privados, programas governamentais e atividades de ensino e pesquisa para o desenvolvimento do transporte rodoviários de cargas e de passageiros.




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