Concentração da caminhada acontecerá a partir das 13h30, na Praça da Liberdade
Será realizada, neste sábado (27), a 9ª edição da Caminhada Maio Roxo. A iniciativa tem como objetivo alertar a população sobre as doenças inflamatórias intestinais, além dos sintomas e da importância do diagnóstico precoce. A Caminhada é uma iniciativa do Grupo Reto Crohn (GRC) e a APPDIIs – Associação das Pessoas com Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) de Petrópolis. A concentração terá início a partir das 13h30, na Praça da Liberdade.
Maio é o mês dedicado mundialmente para alerta aos sinais, sintomas e importância de diagnóstico correto e precoce das Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs). Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa fazem parte do grupo de DIIs, que acometem principalmente adultos jovens entre 18 e 35 anos. Quando não diagnosticadas corretamente e sem tratamento adequado, as DIIs podem levar à incapacidade física, baixa qualidade de vida e hospitalizações recorrentes.
Dor abdominal, cólica e diarreia são alguns dos sintomas das doenças inflamatórias intestinais, um grupo de enfermidades crônicas e de caráter imunomediado que provocam um impacto significativo sobre a vida das cerca de 10 milhões de pessoas ao redor do mundo. Doença de Crohn e a retocolite ulcerativa acometem adultos jovens entre 15 e 35 anos e, adultos entre 55 anos e 75 anos.
“Nos últimos 15 anos, houve uma explosão de casos de doenças inflamatórias intestinais no mundo. A prevalência dessas doenças já era mais frequente em centros industrializados, mas até mesmo em localidades mais afastadas de grandes centros urbanos estamos vendo o aumento da incidência das DIIs”, afirma o médico gastroenterologista José Francisco da Silva Vieira.
Causas, Sintomas e Diagnóstico
Enquanto a doença de Crohn (DC) pode afetar qualquer área do trato gastrointestinal, a retocolite ulcerativa (RU) afeta o intestino grosso e a camada mais superficial do cólon. Em ambas, os sintomas são semelhantes – diarreia, cólica abdominal, falta de apetite e febre.
As causas das DIIs ainda não são totalmente conhecidas e são multifatoriais. Acredita-se que a hereditariedade exerça algum papel no seu desencadeamento: cerca de 20% das pessoas portadoras de DII têm alguém na família que também é portador. Porém, outros componentes como meio ambiente, microbiota intestinal e descontrole do sistema imunológico também podem estar envolvidos.
“As DIIs podem ser confundidas com outras doenças, atrasando o diagnóstico, o que pode levar o paciente até à incapacitação para o trabalho e ao isolamento social. Quanto mais cedo o início do tratamento, maior será a janela de oportunidade para se evitar a complexidade das doenças”, ressalta José Francisco.
O diagnóstico é feito com um detalhado histórico clínico e exame físico, exames laboratoriais, incluindo marcadores inflamatórios fecais como calprotectina fecal, exames de imagem radiológica e exames endoscópicos com estudo histopatológico.
O tratamento pode incluir medicamentos para controle dos sintomas e cicatrização da mucosa; casos moderados a graves, ou que não responderam ao tratamento convencional, podem se beneficiar com o uso de agentes biológicos – além da adoção de rotina de exercícios físicos, alimentação balanceada e não fumar. Os tratamentos, sob prescrição e indicação médica, são fornecidos pelo SUS e têm cobertura obrigatória pelos planos de saúde.