• In Memoriam de Fernando Magno

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 19/05/2023 08:00
    Por Fernando Costa

    Alçou voo aos cânones celestiais no dia 8 de maio, segunda-feira, do ano em curso, aos 97 anos, o laureado escritor, professor e poeta Fernando Augusto Magno.

    No sábado, dia 13 de maio, consagrado a Nossa Senhora de Fátima foi celebrada na Capela Nossa Senhora das Graças do Colégio Vicentino Santa Isabel, pelo Revmo. Pe. Nerél a Santa Missa em sufrágio a tão bela alma onde seus amados, esposa Nicinha, filha Christiane e genro Arnaldo juntos aos incontáveis amigos, confrades e ex-alunos rezaram em agradecimento ao filho querido que agora adentra aos pórticos divinos.

    A seguir, pedimos, também, oficiar a Santa Missa na Catedral São Pedro de Alcântara, às 11h30m., pelo Revmo. Pároco Pe. Adenilson,  sob os acordes do Coro Bienias & Prim aonde a beleza da música  sacra chegou até o bom amigo, doravante junto à legião  de Anjos, Querubins, Serafins e Santos  rodeiam Maria Santíssima, Mãe do Divino Amor na festa eterna.

    Fernando Magno realizou extensa obra e no universo literário é voz geral que ele tem lugar no pódio entre os célebres poetas da Imperial Cidade de Petrópolis. Nascido em Manaus, Amazonas, em 29 de dezembro de 1926, em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro, isto é, aos 18 anos, por conta de um convite profissional. Ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Formou-se em Química, na Universidade do ex-Distrito Federal.

    Ao ser convidado por seu padrinho veio passar o carnaval em Petrópolis, em 1954, e aqui se radicou. Encantou-se com o verde das matas, com a beleza das flores e dos pássaros.

    Se por um lado abdicou da vastidão amazônica, na cidade de Petrópolis recebeu a acolhida e o carinho capazes de superar a saudade cristalizada em seu peito. Aqui, dirigiu, por cinco anos, o Instituto de Educação Presidente Kennedy, no período de 1963 a 1968, tendo sido o responsável pela construção da nova sede do colégio que, mais tarde, foi incorporado a duas outras escolas, surgindo, então, o CENIP.

    Durante esse processo, foi forçado a se aposentar por conta da perda da visão. A partir daí, passou a dedicar-se exclusivamente à literatura.

    Trouxe a público 10 livros – 5 de poesia, “Retroflexo,” “Epístola Fragmentada”, ambos lançados pelas Vozes 1975/77, “Canto Entre Amarras”, 1984 Esdeva/Juiz de Fora, “O Dia do Canto Imaginado” 1979 Serrana, crônicas e poemas, respectivamente (Prêmio A.P.L.). A obra intitulada “América Um Ver e Olhar” sagrou-se vencedora do Prêmio Sesquicentenário da Cidade de Petrópolis, pela Prefeitura Municipal de Petrópolis; um de correspondência trocada com Carlos Drummond Andrade; um autobiográfico, falando sobre a perda da visão e sua superação e, o livro intitulado “Convergência”, assinou as crônicas e sua filha, Christiane Michelin, as poesias.

    Foto: Arquivo Pessoal

    Os livros “Musgo e Vento” e “As Margens do Olhar” também têm merecido os maiores encômios da crítica e os aplausos de seus incontáveis leitores e admiradores. O mais recente livro da lavra de Fernando Magno intitula-se “Era Setembro e Madrugava” cuja noite de autógrafos ocorreu em 2016, quando vivemos mais um momento de beleza literária, aureolada pela simpatia e carinho do escritor e poeta Fernando Magno junto de seus Anjos Tocheiros Nicinha, Christiane Michelin e Arnaldo. 

    Em julho de 2020, lançou mais uma obra em parceria com sua filha, a escritora Christiane Michelin. “Tempo em Travessia” reúne poemas do pai dedicados à filha, desde seu nascimento. Os poemas foram organizados em assuntos, de forma cronológica e contextualizados por Christiane,  nos mostrou um panorama dos últimos 50 anos, através de seu ponto de vista e de suas vivências. 

    Fernando Magno era membro emérito da Academia Brasileira de Poesia, Casa de Raul de Leoni e da Academia Petropolitana de Educação e titular da Academia Petropolitana de Letras, isto sem contar que já integrou a Academia Petropolitana de Ciências.

    Fernando Magno possuía inúmeros cursos, dentre eles o de aperfeiçoamento em Atomística, Especialização em Metalografia e Controle Térmico dos Materiais, e o de Metodologia das Ciências. Além dos lauréis já mencionados destacam-se o Prêmio A.P.L.; pelo Conjunto de Obras; o de Acadêmico do Ano pela Academia Petropolitana de Letras; o Título de Cidadão Petropolitano, entre outros.

    Foto: Arquivo Pessoal

    Fernando Magno prosseguiu sua brilhante trajetória dedicando-se à busca de novas formas e conteúdos de expressão, sempre atento às realidades espirituais do homem. Certo é que não é possível falar em Fernando Magno sem ressaltar o nome de sua querida esposa Albenice Benaion Magno, a querida Nicinha, com que era casado há mais de 50 anos e de cuja união trouxe à luz a festejada poeta, escritora e jornalista Christiane Benaion Magno Michelin, nascida em 1.º de outubro, em plena primavera, de quem sou, com alegria, padrinho e coruja por sinal.

    O talento, a verve literária e demais qualidades que a ornam, vem de berço, fruto da comunhão das almas de Nicinha e de Fernando, unanimidades na benquerença e prestígio por onde transitem. Assim, o Magno Fernando sob o pálio da Doce Mãe e de Deus prossegue seu destino, agora  etéreo, aqui encantava seus incontáveis admiradores com suas poesias, seus contos e crônicas, muitos deles inspirados nos fragmentos de nossas ruas e seus casarios centenários, doravante, ornando em intensa luz o universo, realiza tertúlias literárias por entre nuvens onde são visíveis as guirlandas multicoloridas e o dedilhar em harpas, suaves e harmoniosas.

    Sim, a morte é uma transição aos planos superiores e faz parte da vida tendo sido experimentada por Jesus para  redimir a humanidade. O Redentor nos garantiu a ressurreição e vida eterna

    Feliz de quem partilha de amizade pura e sincera brotada de tão belos corações “exempli gratia” de Fernando, Nicinha, Christiane e Arnaldo Michelim. Tenho plena convicção de que não estou a cometer um exagero em dizer que Fernando Augusto Magno constitui-se um dos principais poetas brasileiros.

    Últimas