• A mediação de conflitos familiares

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  • 25/09/2018 08:30

    A Mediação tem como objetivo oferecer alternativas e novas respostas, que não as habitualmente usadas, para resolução das situações de conflito. O Mediador de Conflitos estimula a construção conjunta de solução possível para o impasse.

    A Mediação é um procedimento com estrutura e técnica bem definidas e desta forma, o mediador pode atuar em qualquer área onde haja pontos de vista diferentes, gerando conflitos. Entretanto, ele também pode ter um foco mais profundo em áreas específicas. Minha atuação, por exemplo, se dá mais nas mediações de família.

    A Mediação Familiar é uma ferramenta extraordinária para famílias em conflito, especialmente para as que já consumaram a separação, mas ainda assim, estão com dificuldades de conviver com os novos arranjos estabelecidos. As funções conjugais precisam ser desfeitas, mas as funções parentais precisam ser preservadas. A situação é paradoxal já que as mesmas pessoas são convidadas a se separar e a se unir concomitantemente! Tarefa árdua, mas fundamental para o bem estar de todos. 

    A Mediação Familiar colabora neste momento de reconfiguração. Temas tão delicados quanto as regras de convivência dos pais com os filhos, o local de residência, a manutenção financeira etc, podem ser pontos de muitas dificuldades, sofrimento e estresse. Quando o ex-casal não consegue definir o melhor arranjo para a nova situação, pode acabar buscando nos tribunais a saída para o impasse e é comum que a decisão jurídica signifique o atendimento das necessidades de uma parte e o desatendimento de outra, o que gera um desbalance significativo, além da vivência desconfortável de ter a intimidade desvelada num processo.

    A mediação viabiliza o resgate da comunicação que, muitas vezes, está rompida há meses ou há anos, e auxilia na criação de alternativas responsáveis e comprometidas que protegerão o sistema familiar dos estresses comuns nas separações, a partir da tomada de decisões compartilhadas, especialmente no que diz respeito aos cuidados com a prole.

    O ex-casal não precisa virar amigos, mas será essencial para o desenvolvimento emocional de todos, que ambos construam um canal de comunicação onde as pautas de compromissos e atividades dos filhos fiquem o mais alinhadas possível entre as pessoas mais significativas de suas vidas: o pai e a mãe! O bem que a preservação desse diálogo gera na vida dos filhos é imediato e duradouro.

    Sabe-se hoje que filhos não ficam prejudicados em seu desenvolvimento emocional pela separação dos pais (mesmo não sendo possível negar a dor gerada pela falta da convivência cotidiana com ambos os pais juntos). O que prejudica o crescimento saudável das crianças e jovens são muito mais as interações egocentradas  cheias de ressentimentos e dor que o distanciamento em si. Quando as famílias aderem ao convite para adotar uma cultura que valoriza o diálogo e que propõe o abandono das opções que validam o litígio, se viabiliza a possibilidade de geração de benefícios a todos! 

    Desta forma, a Mediação de Conflitos se coloca como instrumento vital na construção de uma nova postura diante dos desentendimentos, percebendo os desajustes vividos pela crise de um divórcio, por exemplo, como oportunidade de reflexão e mudança produtiva  para o sistema familiar e para cada um de seus membros. Por tudo isso, concordo com Maria Inês Soares quando diz ser a Mediação de Conflitos " uma técnica fundamental para todos os Operadores Sociais".

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