• Hoje é o Dia Mundial Sem Carro: confira a programação

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  • 22/09/2018 09:38

    Quando o assunto é deixar o carro na garagem para se deslocar por meio de transporte público, ou fazer o trajeto a pé, muita gente torce o nariz. A dependência do automóvel tem se tornado cada vez maior, e não só nas grandes cidades. Congestionamentos, preço elevado dos combustíveis, poluição, calçamento sem manutenção são alguns dos obstáculos enfrentados por boa parte dos petropolitanos diariamente. No Dia Mundial Sem Carro, comemorado neste sábado (22), motoristas são convidados a refletir sobre o uso excessivo de automóveis, e uma boa oportunidade para incentivar a adoção de alternativas mais econômicas e sustentáveis para se locomover nos centros urbanos.

    Flávio Augusto Alves Jr. mora no Castelo São Manoel, em Corrêas, e todos os dias gasta em média 40 minutos para chegar ao trabalho, em Itaipava. Há cerca de 5 meses, passou a optar pela bicicleta. Com isso economizou, além do custo da passagem, a metade do tempo de deslocamento. 

    “Venho para o trabalho de bicicleta pelo menos uma vez na semana. Se eu viesse mais vezes, os benefícios no meu corpo seriam muito maiores. Mas mesmo vindo poucas vezes já sinto muito mais disposição durante o dia. Sem contar que é muito mais rápido do que o carro ou ônibus. Além de ser mais saudável, é mais viável por ser mais econômico. Principalmente em relação ao tempo, chego muito mais rápido em casa”, contou.

    De acordo com os dados do Detran-RJ, Petrópolis tem hoje uma frota de 169 mil veículos. Nos últimos 10 anos, ocorreu um crescimento de 35% da frota de carros, motocicletas e ônibus – que são os principais veículos que circulam no centro urbano. Em 2008, eram 108.580 veículos. Só de automóveis o número saltou de 76.275, em 2008, para 113.615, em 2018. Já as motocicletas, eram 14.014, em 2008, e em 2018, o número aumentou para 25.554 mil motos. O crescimento de carros e motos, principalmente, no Centro Histórico, é visível e cada dia mais problemático, considerando o estado das principais vias, a falta de vagas de estacionamento rotativo e em muitos casos, o desrespeito as leis de trânsito. 

    “A cidade precisa resolver nesse primeiro momento a situação dos autos. Falta infraestrutura, coisas básicas. A população vem crescendo, e a cidade precisa ser redimensionada para nossa realidade. Principalmente o sistema de transporte, as paradas de ônibus, as comunidades que os coletivos atendem”, destacou o arquiteto e urbanista Orlindo Pozzato.

    Além da ausência de ciclovia e acostamento no trajeto do Flávio até o trabalho, outro obstáculo que o ciclista enfrenta é o desrespeito de motoristas. “No trânsito os ônibus são os que mais respeitam, sempre dão seta e fazem o afastamento como podem. Já os motoristas de carros particulares desrespeitam sempre”, lamentou.

    O modelo de ciclovia tem sido adotado em capitais, e muito aceito por usuários e motoristas, como em São Paulo. Em Petrópolis, o único local que tem a faixa demarcada para o uso de bicicletas é o Circuito de Esportes e Lazer, na Avenida Barão do Rio Branco, tem cerca de 6,5 quilômetros, com marcação para ciclovia. O circuito é montado todos os domingos, a partir de 8h, e fica aberto até 16h. Uma faixa vermelha delimita o espaço de 1,5 metros de largura entre o meio fio e a via, permitindo que os ciclistas utilizem a área diariamente. 

    “Precisa ser feito um diagnóstico para corrigir esses problemas. A cidade só vai conseguir implantar  faixas para ciclistas se iniciar uma organização do fluxo que já existe. Na Avenida Barão do Rio Branco existem alguns problemas: como a entrada de automóveis, os pontos de ônibus e o comércio, que acabam interferindo no trajeto”, pontuou Pozzato. 

    Refletir sobre o uso dos automóveis e como a direção responsável é aplicada no dia a dia é uma forma de contribuir, de forma positiva, para a mobilidade urbana. Neste Dia Mundial Sem Carro, o objetivo é incentivar a reflexão sobre o uso excessivo do automóvel e suas consequências. Buscar fomas alternativas de mobilidade e mostrar que é possível se deslocar sem usar o automóvel.

    A data foi criada em 1997, na França. E passou a ser comemorado no Brasil em 2003, com foco no ciclo ativismo e na mobilidade ativa. Em comemoração a data, serão realizadas algumas atividades neste fim de semana. 

    Neste sábado (22), acontece o Bikeday, das 10h30 às 19h, na Cervejaria Bohemia, no Centro. A programação inclui palestras com atletas, médicos, nutricionistas, além da consulta pública, programada para as 15h. Durante a consulta, o público poderá dar sua opinião para a composição do Plano de Mobilidade Urbana, que está sendo elaborado pela Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes – CPTrans.

    E a partir de 15h acontece uma motociata dentro da programação do Iº Aniversário Águias de Cristo do Motoclube Petrópolis. O grupo, que realiza um evento na Praça Visconde de Mauá, irá passar pelas ruas do Centro, destacando a importância do respeito no trânsito. No domingo (23), o Bikeday continua a partir das 10h, com um passeio contemplativo pelos pontos turísticos da cidade.

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