O bullying continua crescendo no país
Uma brincadeira que parece inofensiva, mas pode causar graves consequências e muito sofrimento. Cada vez mais em voga nos dias atuais, os casos de bullying têm aumentado nas escolas brasileiras. O olhar atento e sensível sobre cada criança é a chave para prevenir que ela desenvolva um comportamento ofensivo durante a adolescência. Por isso, a prevenção deve ser feita desde os primeiros anos de vida, pelos pais e professores.
Segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde e IBGE, os registros de bullying aumentaram de 5% para 7% nas instituições de ensino do Brasil. Além disso, 20% dos estudantes declararam já ter praticado algum tipo de agressão contra os colegas, muitos deles, têm entre 13 e 15 anos de idade. O trabalho de prevenção, realizado desde cedo, pode reverter este quadro. “Na faixa etária de 0 a 5 anos, não existe nenhuma possibilidade de ocorrência desta forma de comportamento, pois a criança, de acordo com seu potencial de desenvolvimento cognitivo, afetivo e social, age de forma espontânea e situacional, sem segundas intenções em suas atitudes”, afirmou a psicóloga e sócia da creche Area Bambini, Cândida Oswald.
Nessa idade, as crianças podem apresentar comportamentos de implicância que são naturais, sem o intuito de realmente ofender o colega. Esses hábitos, como roubar um brinquedo, morder ou empurrar o amigo, não podem ser caracterizados como bullying. A infância é uma fase importante para começar a trabalhar, de forma lúdica, a relação de partilha e troca, bem como a interação e o respeito dentro do grupo, porque a criança ainda não desenvolveu representação interna de seus atos, como acontece em outras fases da vida.
Os pais podem atuar nesta prevenção com alguns cuidados. Ter um olhar atento e procurar entender alguma forma de mudança nas atitudes e comportamento dos filhos, dar segurança à criança, para que ela fale espontaneamente sobre o que está sentindo, e manter interação com a escola são recomendações importantes.
“Nosso trabalho tem como característica predominante a prevenção, bem como o olhar cuidadoso sobre cada uma de nossas crianças e o aconselhamento e orientação aos pais. Com esse acompanhamento, conseguimos perceber e trabalhar individualmente estas atitudes de simples “implicância”, evitando que se tornem comportamentos característicos de bullying, que tendem a aparecer no Ensino Fundamental”, comentou a psicóloga, ressaltando a importância de conversar sobre o tema. “Hoje em dia, esse assunto vem sendo discutido de forma bem mais aberta, porque existe mais diálogo entre pais e filhos, familiares e escola, sem deixar de citar a mídia, que tem contribuído muito com informações sobre o bullying, mostrando a importância dessa comunicação aberta para favorecer o equilíbrio emocional das crianças no mundo em que vivemos”.