• Silva Costa, o Cristo e o Trono

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  • 26/04/2023 08:00
    Por Fernando Costa

             Ao ensejo das comemorações do 101º aniversário (início da construção) e 92º (inauguração)  do monumento erguido em honra ao Cristo Redentor, no corcovado e o 76º do Trono de Fátima, oportuno é que invoquemos aos céus bênçãos ao insigne Engenheiro Heitor Silva Costa, autor de ambos os projetos, mundialmente conhecidos.

              Visitar Petrópolis e não conhecer o Trono de Fátima é o mesmo que  estar  no  Rio de Janeiro e não ir ao Corcovado. Belos símbolos de nossa fé, viva expressão e reverências. Foram edificados no alto da montanha.  O filho Redentor embeleza a Cidade Maravilhosa e a Doce Mãe de Deus abençoa e adorna Petrópolis.

              É um convite não só à contemplação artística, mas ao reavivamento de nossa confiança, à conversão, à concórdia e à união fraterna entre os povos. Nesse diapasão, o Trono de Fátima, vive em todos os dias 13 de  cada mês  um clima de festa e orações, culminando com a Sagrada Eucaristia oficiada pelo Revmo. Frei Abílio e presença maciça da Congregação Mariana, que existe desde 08/12/1915, portanto às vésperas de completar 96 anos, ora  presidida  por Carmo Nunes de Almeida, com vasta folha de serviços prestados e contando com a diligente direção e abnegados Congregados, com realce para o Vice-Presidente Oldemar.

                Dentre os inúmeros louvores, um em particular merece realce. É ao Frei João José, que desfruta do Cânon Celestial e de quem falaremos obedientes ao percuciente relato do Fr. Constantino Koser (V.F.nº 30-06/63) e  depoimentos de vários Congregados que na Instituição permanecem desde sua fundação, enriquecendo  esta justa homenagem. Frei João José Pedreira de Castro, nasceu em Petrópolis aos 26/07/1896 e ingressou na O FM, aos 13 anos de idade, seguindo logo para Itu, SP, junto aos Pes. Jesuítas.

                Retorna  à Petrópolis,  no final de 1918,  com objetivo de concluir seus estudos no Convento do Sagrado Coração de Jesus,  aqui  permanecendo no  exercício  das funções de professor de idiomas. Ordenado Sacerdote em 1920, partiu para a Alemanha em 1921, a fim de concluir seus estudos em Ciências Bíblicas.

                 Em 1924 foi surpreendido por uma junta médica, que em síntese apresentou-lhe um laudo onde deixavam transparecer que ele não teria mais que seis meses de vida,  pois se encontrava gravemente enfermo e com alto grau de diabetes. Mais uma vez retorna ao convívio do Convento do Sagrado Coração de Jesus e, ao lado da Congregação Mariana da Anunciação, descobriu que teria uma missão a ser cumprida, para o bem da Igreja de Cristo, alegria do povo de Deus e para gáudio das artes.

                 Em 1940 construiu o Teatro Mariano, onde dita Instituição está instalada até à presente data. Lá, bem alto na colina, idealizou também a construção do Trono de Fátima. Providenciou o projeto, isso em 1947. Além de seu espírito empreendedor, era também homem de raras virtudes e exímio intelectual, tanto que foi um dos tradutores da Bíblia Ave-Maria.

                 Era dotado de profundo carisma, buscava dialogar com todas as denominações religiosas, vencendo barreiras, abrindo caminhos e inúmeras vezes ouviu-se  entre os vários segmentos sociais e religiosos que Frei João José foi um dos precursores do Concílio Vaticano Segundo.

                Faleceu em 1962 e deixou saudades que estão orvalhadas nas flores que enfeitam sua imagem que adorna  a Capela erigida no Trono, onde principalmente nos dias 13 de cada mês, unimo-nos para reverenciar a memória de Sua Exa. Revma, recebendo os eflúvios da Santíssima Virgem de Fátima, vivendo as bênçãos Pascais.

                E no mês de maio, o Trono se engalana, porque o Santuário permanece em vigília consagrando todos os momentos  à Maria. Estamos pois, a poucos dias de revivermos tão singular momento de fé sob o manto protetor de Maria Santíssima. Espelhemo-nos neste modelo e  Ícone da Igreja, miremo-nos mais que nunca, na Mãe da Humanidade, símbolo de serviço e de apostolado.

                Sigamos a estrela, como fizeram os Reis Magos, os Pastores, os Anjos e os Santos. Perseveremos no devotamento de Frei João José, no amor filial a Jesus Uno e Trino e na Virgem de Sião, que é o Sacrário do Espírito Santo, o “Speculum Justice” e nossa luz. Seguindo os passos dos Santos e com Jesus, através de Maria, estaremos seguros “e ainda que passemos pelo vale das sombras, nada temeremos”.

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