Beto Richa é preso em Curitiba em operação do Gaeco
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, deflagrou hoje (11) a Operação Radiopatrulha que tem por objetivo investigar irregularidades no programa Patrulha do Campo, lançado pelo então governador do Paraná Beto Richa, no período 2012-2014.
Os policiais civis estão cumprindo 15 mandados de prisão temporária e 26 de busca e apreensão em Curitiba, Londrina, Santo Antônio do Sudoeste e Nova Prata do Iguaçu. Entre os presos, estão o ex-governador do Paraná Beto Richa e sua mulher Fernanda, ex-secretários de governo e empresários.
As ações da Gaeco ocorrem em "16 residências, quatro escritórios, um escritório político, quatro empresas e na sede do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná. Os mandados foram emitidos pelo Juízo da 13ª Vara Criminal de Curitiba apurando-se indícios de direcionamento de licitação para beneficiar empresários e pagamento de propina a agentes públicos, além de lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça".
Lava Jato
Também esta manhã a Polícia Federal deflagrou a Operação Piloto, a 53ª fase da Lava Jato, que investiga o envolvimento de funcionários públicos e empresários com a empreiteira Odebrecht no favorecimento de licitação para obras na rodovia estadual PR-323.
Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete do então governador do Paraná Beto Richa, é um dos alvos de prisão. Também foram presos "Jorge Theodócio Atherino, empresário apontado como operador financeiro do ex-governador; e Tiago Correia Adriano Rocha, indicado como braço-direto de Jorge, e responsável por diversas transações financeiras dos empreendimentos do executivo".
Cerca de 180 policiais federais cumprem 36 ordens judiciais, entre eles, dois de prisão preventiva, um de prisão temporária e 33 de busca e apreensão em endereços no Paraná, em São Paulo e na Bahia. Os policiais apuram denúncias de corrupção ativa e passiva, fraude à licitação e lavagem de dinheiro. "O objetivo é aprofundar as investigações sobre a prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude à licitação referentes à duplicação da PR-323, favorecendo a empresa Odebrecht", diz nota divulgada pelo Ministério Publico Federal (MPF).
Segundo o MPF, "empresários do grupo Odebrecht realizaram, no primeiro semestre de 2014, um acerto de subornos com Deonilson Roldo, para que este limitasse a concorrência da licitação para duplicação da PR-323, entre os municípios de Francisco Alves e Maringá. Em contrapartida, a Odebrecht pagaria R$ 4 milhões a Roldo e ao seu grupo.
O nome de Operação Piloto remete ao codinome atribuído pelo Grupo Odebrecht em seus controles de repasses de pagamentos indevidos a investigados nesta ação policial. Os detidos serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerão à disposição da Justiça.