• A incoerência de cada um

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  • 16/04/2016 12:00

    Por força das circunstâncias, proveniente de uma  infância escorraçada pela “opinião pública” durante a 2ª Guerra Mundial, pelo  crime original de ser filho de italiano, nunca me envolvi em movimentos políticos, nem em arruaças, quaisquer que fossem os motivos, mas sempre lutei por meus direitos com as armas que qualquer cidadão possui – a palavra. 

    E essa arma – a palavra – acrescida de coragem, tem diferenciados pesos de acordo com a visão de cada um, principalmente se ela não é revestida com a toga mais límpida e clara da justiça – a verdade. Toda moeda tem duas faces,  como todos os rios têm dois lados. E esses dois lados existem em todos os segmentos, principalmente, nas leis que permitem acusadores e defensores se debaterem por longos anos, sempre apoiados nas eternas brechas legais.

    Hoje, politicamente, é fácil protestar contra um suposto “golpe” contra o governo, comunistas clamando  por democracia (?), trocando o verde-amarelo pelo vermelho, mesmo criticando medidas do próprio governo, defendem as falcatruas na Petrobras ao denegrir a ação da Lava-Jato. Portanto, uma miscelânea incompreensível misturada sempre no mesmo balaio de gato – e bota gato nisso!

    E todos sabem criticar o regime militar por “ouvir dizer” já que poucos vivenciaram o drama mas, paralelamente, ninguém confronta o muito que fizeram, administrativamente, sem promessas de palanque, contra as não realizadas promessas de palanque dos governos nos últimos quinze anos – total incoerência.

    Recebi um PPS com os grandes feitos no governo Vargas – todos reais – mas não apontaram nenhum de seus crimes durante a ditadura quando muitos, principalmente comunistas, eram “suicidados” do alto dos edifícios, aliás como bem relatou Mario Lago  em seu livro “Na roulança do tempo”, embora ressaltemos que, como comunista ferrenho aconselhava o dever de se “mentir sempre”, o princípio mais elementar do comunismo – se não foi torturado, afirme que foi. 

    Portanto, para esses que sabem apelar para a Constituição, sem embasamento, é bom que adquiram um pouco de coerência para fazer comparações e saber separar o joio do trigo como, por exemplo, o valor de um artista na sua profissão com a postura de cidadão na política, para não misturar alhos com bugalhos.

    Leio no jornal a declaração, razoavelmente comedida, do músico Guarabyra: “Que me desculpem Chico Buarque e seus fãs (entre os quais me incluo), mas comparar o pedido de impeachment com o golpe militar, como se todos os que lutaram contra a ditadura tivessem a obrigação de se alinhar ao PT, trata-se de uma boçalidade do mesmo tamanho que seu imenso talento”.

    E se acima me referi à “razoavelmente comedida” é porque o regime militar instaurado em ´64 foi um apelo da sociedade e justificável, em função das badernas dos atuais donos do poder que estão levando o país ao abismo. Mas ninguém olha para as duas faces da moeda pois, se houve mais violência militar após o AI-5 (68), antes, os terroristas mataram muito mais inocentes, como o alcunhado “Diógenes”, da facção terrorista de Da. Dilma, que explodiu o soldado Mario  Kozel Filho – conforme sua declaração – por divertimento para agredir o regime. Comparando: o assassino foi indenizado e hoje recebe uma pensão imerecida, enquanto a família do morto nada recebeu de indenização. Esta é a incoerência dos críticos ao regime militar e defensores dos assaltantes da nação.  

    jrobertogullino@gmail.com  

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