Setembro Amarelo alerta para prevenção ao suicídio
Isolamento, dificuldade de relacionamento com outras pessoas, sentimento de desesperança e depressão, são alguns dos sinais que podem ser perceptíveis em um familiar, amigo ou alguém próximo a você que pode estar pensando em suicídio. Sendo a 17ª principal causa de mortes em todo mundo, o suicídio é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), um problema de saúde pública global. Setembro é lembrado como o mês de prevenção ao suicídio, excelente oportunidade para colocar em evidência a importância de se falar sobre o tema.
Embora ainda não seja comprovado cientificamente as razões que levam uma pessoa a cometer suicídio, muitas pessoas expressam alguns sinais que podem ser notados e em muitos casos, através de ajuda de pessoas próximas, o pior pode ser evitado. “Os pacientes chegam a mim através de indicação e, no caso de tentativas de suicídio, os principais sinais são desesperança, falar em não querer mais viver, falar em morrer, isolamento, solidão, desânimo. Em alguns casos colocam a vida em Embora ainda não seja comprovado cientificamente as razões que levam uma pessoa a cometer suicídio, muitas pessoas expressam alguns sinais que podem ser notados e em muitos casos, através de ajuda de pessoas próximas, o pior pode ser evitado. “Os pacientes chegam a mim através de indicação e, no caso de tentativas de suicídio, os principais sinais são desesperança, falar em não querer mais viver, falar em morrer, isolamento, solidão, desânimo. Em alguns casos colocam a vida em risco com muita frequência”, disse a psicóloga e psicoterapeuta Cláudia de Jesus Martins.
Na cidade, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, em 2016, foram registrados 18 mortes por lesões autoprovocadas. Em 2017, este número passou para 87, o que demonstra um aumento assustador de 383% em um ano. Segundo a secretaria, Petrópolis registrou 173 notificações referentes a tentativas de suicídio, do ano passado até agosto deste ano.
Somente em 2018, foram registradas 87 notificações de tentativa de suicídio. No ano passado neste mesmo período, foram 51 notificações. Dados da secretaria apontam que 113 notificações registradas foram de mulheres e 60 de homens. Do total de notificações, 50% dos casos foram de pessoas com idade entre 20 e 39 anos.
Segundo os dados do OMS, por ano, 800 mil pessoas tiram a própria vida, sendo a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Segundo o Ministério da Saúde (MS), no Brasil, em média, 11 mil pessoas cometem suicídio por ano. No último Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil, divulgado pelo MS, apresentou uma alta na taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos. Nesta faixa etária, foram registradas média de 8,9 mortes por 100 mil habitantes entre 2011 e 2016. A média nacional é 5,5 por 100 mil. Também chama atenção o alto índice entre jovens, principalmente homens, e indígenas.
Tratar do tema suicídio ainda é visto como um grande desafio para muita gente. Mas segundo Cláudia, é importante que o tabu social seja quebrado para que novos casos sejam evitados. “Colocar o assunto em pauta ajuda familiares e amigos a aprender os sinais e sintomas e constatar a possibilidade de conhecer alguém assim. Aproximar-se dessa pessoa e incentivá-la a procurar ajuda, se for o caso”.
O Setembro Amarelo, instituído em 2014, pela Associação Brasileira de Psiquiatria(ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), tem o objetivo de prevenir e reduzir o alto índice de tentativas e mortes por suicídio. No dia 10 de setembro é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano. Durante todo este mês são promovidas ações para conscientizar e informar a população sobre este grave problema.
Pessoas próximas são importantes aliados para tentar evitar que esse número aumente. “É essencial a participação de amigos e familiares, tentando aproximar-se e conectar-se aos pacientes. Atualmente, vemos muita conexão virtual e pouca conexão relacional e afetiva. Além disso, o incentivo e a busca por ajuda profissional também é fundamental, seja com psicólogos e/ou psiquiatras”, destacou Cláudia.
Em Petrópolis, os casos de tentativa de suicídio são avaliados no Centro de Atenção Psicossocial, que pode encaminhar o paciente para tratamento psicológico ou psiquiátrico, de acordo com a avaliação do caso. E neste mês, a Secretaria de Saúde está promovendo ações internas com conscientização das equipes no atendimento dos pacientes.
Ainda para a prevenção do suicídio, há o Centro de Valorização à Vida (CVV), uma instituição que presta atendimento telefônico gratuito para a população. Através do número 188, a população pode acessar o apoio emocional oferecido pelo CVV. Esse apoio, realizado por voluntários, permite falar sobre sentimentos, em um ambiente acolhedor e seguro. Esse apoio comprovadamente alivia a ansiedade, o desespero e conduz ao afastamento de eventuais pensamentos suicidas.
Em 2017, o CVV recebeu dois milhões de ligações de cidadãos de todo o Brasil em busca de ajuda, o dobro do registrado em 2016. O serviço é essencial tanto para quem procura ajuda, quanto para pessoas próximas que queiram ajuda para aconselhar outra pessoa.
Atualmente, 23 estados do Brasil estão contemplados e já podem contar com o atendimento, por meio do número 188, em suas localidades. Os estados são: Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, Acre, Amapá, Amazonas, Espirito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e Roraima, além do Distrito Federal. Até 30 de junho de 2018, todo o território nacional poderá contar com o atendimento gratuito do CVV .