• Unctad revê para baixo previsão de crescimento econômico global, de 2,2% para 2,1%

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  • 12/04/2023 11:30
    Por Maria Lígia Barros, especial para a AE / Estadão

    A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês) estima que o crescimento global deverá ser menor do que anteriormente projetado, sinalizando uma potencial virada econômica. A previsão de expansão global neste ano foi revisada de 2,2% para 2,1%.

    Os riscos estão “fortemente no lado negativo”, diz a Unctad.

    As condições macroeconômicas se encontram em um equilíbrio precário conforme as políticas monetárias e fiscais se ajustam ao desaceleração do crescimento e o desdobramento de um ano de aumento nas taxas de juros, aponta em relatório.

    Falha no combate às causas da inflação

    De acordo com a Unctad, a escolha dos principais bancos centrais de aumentar taxas de juros rapidamente falhou em combater as maiores causas de inflação – preços internacionais de energia e de commodities alimentícias.

    Além disso, a decisão teria contribuído para reduzir ainda mais a flexibilidade fiscal dos governos em países em desenvolvimento, disse a instituição.

    A Unctad destacou que a adoção de um conjunto mais amplo de instrumentos de política para lidar com a inflação, para além das taxas de juros, “parece ser o movimento certo”. Isso ajudaria, além de tudo, a “aliviar a pressão financeira indevida enfrentada por muitos países em desenvolvimento à medida que as taxas de juros aumentam”, afirmou. “Uma reconsideração das ferramentas de política para a estabilidade de preços é necessária, mesmo que os preços das commodities comecem a cair. Na verdade, preços extremamente baixos podem ser igualmente prejudiciais e devem ser evitados”, destacou.

    A Unctad ainda disse que a continuação da política de aumento de taxas de juros pelos bancos centrais de países desenvolvidos poderá aumentar o fardo financeiro dos países em desenvolvimento que enfrentam a ameaça da fuga de capitais e de quedas cambiais.

    A instituição alertou ainda que dificuldades financeiras em países em desenvolvimento e em instituições financeiras privadas em países desenvolvidos, relacionadas ao aumento nos custos de empréstimo, poderão provocar uma crise capaz de se alastrar para a economia real.

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