Cachorrinha vítima de maus tratos tem uma história com final feliz
Algumas histórias podem não começar de um jeito muito feliz, mas, ainda assim, com carinho e afeto, encontros inesperados podem se transformar em bonitas histórias de amor e amizade. Como é o caso da cadelinha Luna e a tosadora Monique Nunes. Em março de 2016, quando Luna foi resgatada em uma situação de maus tratos, a médica veterinária não deu a ela nem dois dias de vida. Mas, com muita dedicação e cuidados da Monique, essa história ganhou um final feliz.
A Monique, tutora de mais duas cadelas, a Pitty e Cacau, e dois gatos, o Brutos e a Sapeca, como dá para notar, sempre foi apaixonada por animais. Ficou sabendo através de um conhecido que tinha uma cadela ainda filhote, vivendo em uma situação precária. Muito magra e machucada, a cadela vivia no quintal de uma casa com poucos recursos. A tutora conta que não pensou duas vezes em ir resgatar o bichinho.
“Quando cheguei lá realmente era só sangue pelo chão, a cachorra estava pele e osso. Tinha uma vasilha verde de sujeira com água, e para ela comer, um arroz que já estava mofado. A Luna não conseguia nem levantar a cabeça. Eu fui com meu pai, e ele nem conseguiu ficar perto, ficou muito impressionado com o estado dela. A única coisa que eu consegui fazer naquela hora foi pegar ela no colo e levar direto para o veterinário”, contou.
Muito debilitada, Luna ficou internada por uma semana na clínica. “Ela foi encontrada muito fraca, estava anêmica, não tinha cor na língua, na gengiva. Estava pálida, com bicheira e sarna. A gente fazia carinho e ela não levantava, não gostava muito. Era triste. Aos pouquinhos nós fomos nos aproximando, brincando com ela, mas com muito custo ela foi se soltando, estava traumatizada”.
A princípio a intenção era levá-la para adoção após o tratamento, mas quem disse que a Monique conseguiu? “Fiz rifa para ajudar a pagar o tratamento, para pagar os shampoos, porque são caros. Ela tinha que comer uma ração específica, muita vitamina, quer dizer, é tudo caro. O próprio pet me ajudou, a dra. Renata Castro, que é a veterinária que cuida dela até hoje. Mas aí depois não teve como doá-la, ela pegou uma confiança em mim surreal”, explicou a tutora.
Não foi um período fácil, foram seis meses de muita dedicação, que fizeram nascer um grande carinho a amizade entre a tosadora e a cachorrinha. Na casa, os animais são os xodós da família. O período de adaptação foi fácil. Depois de curada, Luna passou a conviver com a Pitty e a Cacau, e são todas muito brincalhonas e amigáveis.
“Não tinha como não me apaixonar por ela. Eu brinco chamando ela de gordelícia, minha vaquinha malhada. Não tem como, ela é a mais levada de todas, mais alegre, mais implicante, é um grude com as outras cachorras e com a gente”, disse.
Luna hoje tem quatro anos, é saudável e esperta. Depois de um começo traumático, uma bonita iniciativa de carinho e amor pelos animais deu a ela uma chance de ganhar um lar e uma nova família.