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  • 27/08/2018 13:10

    O fantástico dicionário Aurélio esclarece com precisão o que é patrimônio: : “ […] riqueza: patrimônio moral, intelectual, cultural […]” e, ainda: “[…] complexo de bens materiais ou não, direitos, ações, posse e tudo o mais que pertence a uma pessoa ou empresa e seja suscetível de apreciação econômica”.

    Claríssima apreciação que deveria ser do conhecimento de alguns poucos legisladores petropolitanos enfiados até a raiz dos cabelos na perseguição a um dos nossos mais significativos patrimônios: as “vitórias” e seus condutores, trabalhadores específicos identificados com a tradição e a vida presente e futura de nossa vocação real, o turismo.

     Enfiaram nas caraminholas e até na eleição de nível nacional um plebiscito confuso, que não cabe ao povo residente no município decidir; talvez somente aos turistas que por aqui transitam felizes nas viaturas românticas, históricas e remanescentes incontestáveis do nosso mais digno e encantador patrimônio cultural.

    Dizem que os cavalos são maltratados e outras descabidas observações ligadas aos racionais que os exploram, pouco se incomodando no desempregar dos últimos e heroicos condutores, agentes turísticos, profissionais de respeito. E, de sobra, abandonando os cavalos à inércia, ao estresse, à morte por tristeza, já que perderiam a função para o qual a natureza os moldou.

    Infelizmente o poder público petropolitano, no avançar inexorável dos tempos, tem permitido a demolição de expressiva soma de nosso patrimônio, em toda a segmentação conhecida e defendida pelas leis gerais e específicas, em real e sentido prejuízo para o turismo, que é destino e salvação municipal. Anote-se um e outro crime perpetrado contra o patrimônio: a demolição de prédios representativos da arte e cultura socioeconômica, que vinham dos tempos imperiais (a fazenda do Córrego Seco, um deles), o estado deplorável de alguns palacetes que bordam ruas ainda de ímpar beleza e admiração e, de mesma grandeza, a eliminação da patinação no rinque Marowil, o passeio das crianças, na praça da Liberdade, nos saudosos bodinhos; as invasões em todas as áreas de risco, que arregalam os olhos quando sofrem as grandes tragédias anunciadas e que, em seguida, caem no esquecimento; o gasto da arrecadação financeira hediondamente mal administrada e perdulária ao extremo, negando verbas aos principais segmentos determinantes do sagrado direito à cidadania e, poderia, até, lembrar dos bondes e esticar os trilhos da saudade ao trem serrano que moldou e fez desenvolver a vida petropolitana, até sua criminosa extinção.

    Imaginem todos se os edis de Petrópolis, agentes do plebiscito, “protetores dos animais”, contrários às  “Vitórias”, transferirem-se para o Rio de Janeiro ou São Paulo, conseguirem assento nas vereanças milagrosas e defenderem a extinção das corridas de cavalos; o fechamento dos hipódromos; o desemprego para os jóqueis e tudo o mais casquejante da atividade, buliçando fortunas financeiras astronômicas?

    Pois, então?!

    Por aqui, que até já teve corridas de cavalos, em Corrêas, necessitamos de um choque de reflexão e de ordem e poderíamos começar pedindo ao Tribunal Eleitoral que cancele o tal plebiscito equino porque, no frigir dos ovos, o grosso do nosso povo votará no que vê na maquineta eletrônica (Sim e Não) elegerá o que nunca viu pois nem sabe e compreende o que está realmente acontecendo.


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