• Jacob Barata diz que empresários pagavam R$ 6 milhões mensais a políticos

  • 23/08/2018 17:42

    Conhecido como 'rei dos ônibus', o empresário Jacob Barata Filho, proprietário das petropolitanas Única e Fácil, disse, nesta sexta-feira (24), que donos de empresas de ônibus pagavam, mensalmente, R$ 6 milhões em propina a políticos do Rio. O objetivo era garantir apoio a projetos de interesse do setor e impedir que iniciativas contrárias pudessem prosperar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). 

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    Ele foi interrogado nesta sexta (24) pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, no âmbito da Operação Cadeia Velha. Segundo Barata, a propina era viabilizada através de pagamento de um percentual extra de 1% do faturamento das empresas de ônibus à Federação das Empresas Transportadoras de Passageiros (Fetranspor), que viabilizava o repasse da propina.

    Parte deste valor era entregue, segundo Barata, ao presidente afastado da Alerj, deputado Jorge Picciani (MDB), que chegou a ser preso durante a operação, mas depois foi beneficiado a cumprir medidas cautelares em sua residência.

    Houve também, segundo ele, pagamento ao deputado Paulo Melo (MDB), que já ocupou a presidência da Alerj, e que atualmente está preso. No início do interrogatório, Barata disse a Bretas que abria mão de R$ 80 milhões seus, que já haviam sido bloqueados pela Justiça, ao longo da operação. Esta é a última audiência antes de Bretas anunciar sua sentença. 

    A defesa de Picciani, presente ao interrogatório, questionou se o valor comentado por Barata seria propina ou contribuição política por caixa dois, mas não obteve resposta, pois o juiz entendeu que o réu já havia respondido a isso. A Agência Brasilaguarda o posicionamento da defesa de Paulo Melo sobre as declarações de Barata Filho. 


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