• Ciclone Freddy mata mais de 130 em passagem por Malawi, Moçambique e Madagascar

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  • 14/03/2023 07:49
    Por Redação O Estado de S. Paulo / Estadão

    O Ciclone Freddy deixou mais de 100 pessoas mortas em Moçambique e Malawi, onde um estado de desastre foi declarado, disseram as autoridades na segunda-feira, 13. Pelo menos 99 das pessoas morreram no Malawi, um dos países mais pobres da África.

    As mortes em Malawi incluem cinco membros de uma única família que morreu no município de Blantyre, Ndirande, depois que os ventos destrutivos de Freddy e as fortes chuvas demoliram sua casa, de acordo com um relatório da polícia.

    Uma criança de três anos que estava “presa nos escombros” também está entre as vítimas, com seus pais entre os desaparecidos.

    “Suspeitamos que este número subirá, já que estamos tentando compilar um relatório nacional de nossos escritórios da polícia do sudoeste, sudeste e leste que cobre as áreas afetadas”, disse o porta-voz da polícia do Malawi, Peter Kalaya, à AP.

    Em várias regiões do sul do Malawi, as autoridades declararam estado de desastre, inclusive na capital econômica Blantyre, anunciou a presidência.

    O ciclone Freddy se formou no noroeste da Austrália na primeira semana de fevereiro e pode se tornar o ciclone tropical mais duradouro já registrado, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência das Nações Unidas.

    É a segunda vez que o ciclone – que tem causado destruição no sul da África desde o final de fevereiro – tocou terra firme na África continental. Ele também atingiu Madagascar e a Ilha da Reunião ao atravessar o oceano.

    O percurso do ciclone Freddy

    Freddy se desenvolveu pela primeira vez perto da Austrália no início de fevereiro e viajou por todo o sul do Oceano Índico.

    A agência meteorológica das Nações Unidas convocou um painel de especialistas para determinar se o ciclone quebrou o recorde estabelecido pelo Furacão John em 1994 de 31 dias.

    O ciclone atravessou todo o sul do Oceano Índico e atingiu Madagascar em 21 de fevereiro, antes de chegar a Moçambique em 24 de fevereiro. Deixou 17 pessoas mortas e milhares desalojadas.

    A agência meteorológica francesa Météo-France, centro regional de monitoramento de ciclones tropicais na Ilha da Reunião, afirmou na segunda-feira, 13, que “as chuvas mais fortes continuarão durante as próximas 48 horas” enquanto os barris de Freddy estiverem em funcionamento.

    As províncias centrais de Moçambique e Malawi foram identificadas como especialmente vulneráveis a “enchentes e deslizamentos de terra em áreas montanhosas” pelos monitores meteorológicos.

    A cidade portuária de Quelimane, localizada a cerca de 40 km do local onde o ciclone fez o aterro sanitário, ainda está isolada do resto do país. Em algumas áreas, não há estradas, água ou eletricidade, disse por telefone Guy Taylor, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

    Várias tempestades ou ciclones atravessam o sudoeste do Oceano Índico a cada ano durante a temporada de ciclones, que vai de novembro a abril.

    Muitos dos danos sofridos no Malawi estão em casas construídas em áreas proibidas por lei, como em regiões montanhosas ou perto de rios, onde estão lutando contra deslizamentos de terra, enchentes sem precedentes e rios transbordando em suas margens.

    O ciclone forçou o governo malawiano a suspender escolas em 10 distritos em sua região sul “como medida de precaução”. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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