Teixeira: vamos pedir para MST para desocupar área na Bahia
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou nesta quinta-feira, 2, que a pasta vai mediar o conflito entre a Suzano e o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) na Bahia. Segundo o ministro, ele foi procurado pela na manhã de ontem, 1, pelo vice-presidente da empresa para relatar que uma propriedade foi ocupada e irá pedir para o MST desocupar a área.
“Ele me pediu para ajudar na solução desse conflito. Eu, hoje, vou ligar para o MST sugerindo a eles que possam negociar as questões relacionadas a esse terreno e, portanto, nós vamos a partir de hoje levantar toda situação do conflito. Há um conflito ali de 10 anos”, disse o ministro a jornalistas durante evento no Palácio do Planalto.
O ministro afirmou que essa ocupação tem como objetivo não a área em questão, mas a retomada de uma negociação que foi feita há 10 anos. Teixeira afirmou que quer resolver o conflito pelo “diálogo”, dentro da Constituição e da lei. Teixeira pretende reunir as partes na próxima semana.
“Tomamos duas providências. A Suzano vai recuperar a negociação, pois me parece que foi feita há 10 anos e a Suzano adquiriu a Fibria. Então, a equipe do MDA vai recuperar, junto com a Suzano, a negociação e junto com o MST. Vamos endereçar ao MST o pedido da Suzano de desocupação da área e temos o propósito de uma reunião com a Suzano e MST na semana que vem”, disse.
Os ânimos entre o MST e o governo acirraram desde a última semana quando lideranças do movimento reclamaram publicamente da demora do governo na nomeação da diretoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que é responsável pelas políticas de distribuição e titulação de terras. Na última semana, João Paulo Rodrigues coordenador do MST disse que o “sinal amarelo” acendeu com a demora da nomeação.
Na última segunda-feira, 27, somente após a insatisfação pública do MST, o MDA anunciou que César Aldrigui, até então interino, assumirá a presidência do instituto.
Teixeira nega a ligação das invasões com o atraso na nomeação da diretoria do Incra. “Não tem nenhuma conotação dessa natureza. Primeiro lugar que cargos do Incra já foram todos resolvidos. Claro, tem um procedimento para nomear os cargos, a pessoa passa por um estudo pela vida pregressa. Mas, os nomes já foram todos encaminhados, então não é disso que se trata. Direção do Incra está definida. Se trata de um conflito na Bahia que agora vou me debruçar sobre isso.”
O ministro disse ainda que a pasta irá trabalhar para tentar antecipar os novos conflitos rurais e que não há nenhum problema com o setor do agronegócio, que teria se a Suzano não tivesse sido atendida.