Dirigente do Fed avalia que inflação ainda segue bem acima da meta nos EUA
A presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em Cleveland, Loretta Mester, afirmou nesta sexta-feira, 24, que dados recentes da economia dos Estados Unidos vêm indicando que a política monetária restritiva do Fed está tendo o efeito desejado em reduzir a pressão nos preços. Entretanto, ainda sim, avaliou que a inflação segue bem acima da meta de 2% ao ano.
Segundo a dirigente, que participou nesta sexta em evento sobre política monetária, “o retorno da economia à estabilidade de preços é um imperativo para sustentar mercados de trabalho saudáveis e o padrão de vida dos EUA”, visto que a inflação alta vem sendo dolorosa para as famílias.
Mais cedo, a presidente do Fed de Boston, Susan Collins, afirmou que novas altas de juros serão necessárias e que o banco central dos EUA deverá manter “nível suficientemente restritivo por algum tempo” para controlar a inflação.
Segundo Susan Collins, que não vota nas reuniões deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), a inflação está muito elevada e os dirigentes do banco central ainda teriam “trabalho a fazer” para trazê-la de volta à meta de 2%.
“Também tenho plena ciência dos riscos e incertezas do combate à inflação, incluindo a perda de confiança dos consumidores e das empresas”, ressaltou a dirigente. “Continuo otimista de que existe um caminho para restaurar a estabilidade de preços sem uma desaceleração significativa da economia americana”.
Para Susan Collins, o Fomc precisa responder a pressões inflacionárias causadas por gargalos na oferta, apesar de não conseguir atuar sobre a cadeia em si.
Ela relatou que a dificuldade inicial em endereçar esses problemas na retomada econômica após a pandemia levou ao atual processo de aperto monetário. “Erros sobre ritmo de recuperação da oferta foram largos e persistentes. Gargalos da cadeia de suprimentos e restrições à oferta de mão de obra operaram ao mesmo tempo, agravando os erros de previsão”, apontou a dirigente.
Susan Collins analisa que o avanço da política monetária restritiva tem auxiliado no alívio dessas pressões, permitindo os primeiros sinais de desaceleração nos preços de bens e inflação salarial. No entanto, essas melhoras demoraram além do esperado para se materializar, afirmou.
A dirigente também destacou que suas visões são embasadas em informações disponíveis e que indicadores de amplo alcance são úteis na avaliação de opções para a política monetária.