Associação dos Ciclistas de Petrópolis critica condução de obras na Rua Washington Luiz e sugere novo projeto para o trânsito no local
Importante via para o trânsito na cidade, a Rua Washington Luiz passou por uma grande obra no último ano, após ter sido destruída na tragédia que atingiu Petrópolis no início de 2022. Com a necessidade da realização de intervenções, a Associação dos Ciclistas de Petrópolis (Acipe) acreditava que o local poderia contar com um espaço exclusivo para o trânsito de bicicletas. No entanto, isso não ocorreu.
Segundo a Acipe, em 2021, durante reuniões da Comissão Especial de Mobilidade Cicloviária da Câmara Municipal de Petrópolis, foram debatidos projetos de infraestrutura para bicicletas contratados em 2014 pela Prefeitura.
O eixo, que parte do Quitandinha, possui previsão de dispositivos e sinalização para o trânsito de ciclistas e estudos para vias exclusivas de ônibus. Com as obras para a recuperação da via, a associação entrou em contato com a CPTrans e com a Seinfra para aproveitar as obras ligando a UPA e a Rua do Imperador. De acordo com a Acipe, o ofício encaminhado à CPTrans está sem respostas desde junho de 2022 e o pedido feito à Seinfra foi recusado, com a alegação de que um eventual ajuste do projeto fugiria da previsão orçamentária.
“Se o poder público é ineficiente com relação à mobilidade cicloviária na cidade, a Acipe se mantém contrária ao senso comum de que não cabem bicicletas nas ruas da cidade.”, diz trecho do comunicado da Associação dos Ciclistas de Petrópolis.
Após a obra ser entregue, a associação foi até o local para verificar o espaço e sua sinalização. Na rua, foi possível observar ciclistas andando na direção contrária, já que o outro trajeto para o Quitandinha (pela Monsenhor Bacelar) possui uma grande inclinação; outros ciclistas precisam dividir espaço com veículos maiores; grandes faixas de rolamento; estacionamentos; falta de avanço para o transporte coletivo e inexistência de redutores de velocidade.
Após a visita, a Acipe elaborou uma nova ideia para a mobilidade no local. O primeiro trecho duraria cerca de 156 metros, enquanto o restante teria uma extensão de 514 metros.
A primeira tipologia, que vai da UPA até 156 metros à frente, propõe uma ciclovia com dois sentidos, uma faixa exclusiva para o transporte público, uma faixa exclusiva para os demais veículos e um estacionamento.
A segunda tipologia, que vai até o fim do trecho, sugere uma ciclovia nos dois sentidos, uma faixa exclusiva para o transporte coletivo e uma para os demais veículos.
A Acipe usa a ciclofaixa da Avenida Barão do Rio Branco como exemplo para a implantação de infraestrutura dedicada ao ciclista: “Há relatos de que, após a repintura da ‘ciclofaixa da Barão’, a velocidade média dos veículos reduziu consideravalmente, sem impacto com retenções e engarrafamentos. Na Washington Luiz, usar essa estratégia para induzir que os motoristas se desloquem mais lentamente pode ser uma maneira de fazer o limite de 40 km/h ser cumprido”.
A Acipe termina o comunicado afirmando que não irá desistir de mudanças que favoreçam os ciclistas e a população de maneira geral.