Na Turquia, criança recebe água em tampa de garrafa ainda presa em escombros
Mais uma cena comovente registrada durante as operações de resgate na Turquia repercutiram nas redes sociais, enquanto socorristas e voluntários tentam alcançar possíveis sobreviventes soterrados nos milhares de edifícios que caíram durante o tremor de segunda-feira, 6. A imagem de uma criança recebendo água dos socorristas em uma tampinha de garrafa foi compartilhada milhares de vezes, acendendo a esperança de que novas pessoas possam ser encontradas com vida, enquanto o prazo de resgate se torna cada vez mais curto.
As imagens foram compartilhadas pelo prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu. Nelas, o menino parece se alegrar com a água recebida dos socorristas, apesar de ainda estar parcialmente preso sobre os destroços de uma construção derrubada.
A criança foi identificada por Imamoglu como Muhammed Ahmed, um refugiado da guerra civil da Síria, que havia se mudado para a Turquia. A filmagem, ainda de acordo com o prefeito, foi feita na cidade de Antakya, capital do Estado de Hatai.
A cena se soma a outros relatos de salvamentos improváveis que surgiram nos últimos dias. Em uma delas, uma equipe de resgate da ONU conseguiu retirar dos escombros, 17 horas depois do terremoto, uma menina de sete anos que protegeu o irmão mais novo durante o período que estiveram soterrados. No vídeo que viralizou nas redes sociais, a menina aparece abraçada ao irmão enquanto clama por socorro.
Em outra sequência de imagens impressionante, gravadas na Síria, socorristas conseguiram resgatar com vida uma recém-nascida que ainda estava ligada pelo cordão umbilical à mãe morta. A bebê, cujos médicos disseram ter nascido sob os escombros sete horas depois do terremoto, foi levada até um hospital ao norte de Aleppo.
Mortes
O terremoto que abalou a Turquia e a Síria alcançou a marca de mais letal da década após o número de mortos ultrapassar os 11 mil nesta quarta-feira, 8. Equipes de resgate locais, reforçadas pela ajuda da comunidade internacional, correm contra o tempo para encontrar sobreviventes embaixo dos escombros dos milhares de prédios que colapsaram nos dois lados da fronteira – uma missão dificultada pelo rigoroso inverno.
A Turquia tem cerca de 60.000 funcionários humanitários na zona atingida pelo terremoto, mas com uma devastação generalizada, muitos ainda esperam por ajuda. Na terça-feira (7) começaram a chegar as primeiras equipes de emergência estrangeiras.
No caso da Síria, o acesso é dificultado tanto pela destruição de estradas e outras conexões com o país vizinho quanto pela situação geopolítica do país, dividido entre territórios sob controle do governo central e rebeldes que lutam contra o fim do regime de Basha al-Assad. (Com agências internacionais).