Bolsonaro diz que ‘pela legislação’ é italiano e teria ‘cidadania plena’
O ex-presidente Jair Bolsonaro alegou que, pela legislação da Itália, ele “é italiano”. Segundo Bolsonaro, o fato de seus avós serem italianos o habilitaria a requerer “cidadania plena” no país europeu.
“Minha família é de Pádua (província na Itália). Pela legislação, eu sou italiano. Tenho avós nascidos na Itália. A legislação de vocês diz que eu sou italiano”, disse em declaração dada a jornalista do jornal italiano Corriere Della Sera, em Orlando. Questionado se pretende requisitar a dupla cidadania, porém, o ex-presidente afirmou somente que, com “pouquíssima burocracia, teria cidadania plena”.
Bolsonaro está na Flórida, nos Estados Unidos, desde o dia 30 de dezembro e entrou no país antes do fim de seu mandato, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Portadores de visto oficial que não estejam mais no cargo ou missão que os levou aos Estados Unidos têm 30 dias para solicitar alteração do status, prazo que venceu na última segunda-feira, 30.
Com o fim do prazo para uso do visto oficial, Bolsonaro chegou a dar entrada no processo para trocar de visto nos Estados Unidos para um visto de turista e permanecer no país por mais seis meses. Enquanto esse pedido é processado, ele fica de maneira regular no país.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que seu pai não tem prazo para voltar ao Brasil. “Não tem previsão, ele (Bolsonaro) que sabe. Pode ser amanhã, daqui a seis meses, pode não voltar nunca. Não sei. Você nunca tirou férias, não?”, perguntou Flávio.
Em 10 de janeiro, questionado por parlamentares da oposição italiana, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou a uma rádio do país que Bolsonaro não havia feito o pedido de cidadania.
Nos Estados Unidos, o presidente americano Joe Biden sofre pressão interna, por parte dos congressistas democratas, em razão da permanência de Bolsonaro nos EUA – 46 deputados americanos pediram que o governo Biden não permita que Bolsonaro permaneça nos EUA e que o FBI apure se os atos golpistas em Brasília foram planejados em território americano.