Grávida morre após fazer aborto em condições precárias e suspeita de usar talo de mamona é presa
A Polícia Civil prendeu no último dia 17 uma mulher de 42 anos apontada como responsável pelo aborto que resultou na morte de Ingriane Barbosa Carvalho, de 31 anos. A vítima estava grávida de quatro meses quando se submeteu a procedimento feito pela acusada, que usou um talo de mamona inserido até o útero da mulher para provocar o aborto. Ingriane perdeu o bebê, mas morreu sete dias depois de ser internada no Hospital Alcides Carneiro (HAC), por septicemia (infecção generalizada).
A investigação mostra que Ingriane, que era mãe de três crianças, de 9, 7 e 2 anos, já tinha tentado interromper a gravidez de outras formas anteriormente, sem sucesso. Acabou recorrendo à acusada, a quem foi apresentada por um amigo. Após ser presa, a mulher confirmou ter ido ao encontro de Ingriane na casa da família, em Pedro do Rio, e afirmou que a mulher estava desesperada para interromper a gravidez. Ela também deu detalhes sobre o procedimento, realizado no dia 6 de maio e revelou que cobrou R$ 300 pelo “trabalho”.
À polícia, a acusada disse que alertou Ingriane, dizendo que ela não poderia manter o talo de mamona durante muito tempo no corpo, mas que o mesmo só foi expelido, segundo relato da vítima à acusada, no dia 9, junto com o feto. Com febre, pressão baixa e calafrios, a vítima acabou indo para o hospital, onde foi internada e foi submetida a curetagem (cirurgia para limpar o útero), mas não resistiu e acabou morrendo. O laudo com as causas da morte cita endometrite bacteriana e abortamento.
De acordo com a polícia, a suspeita será encaminhada nesta sexta-feira (20) para penitenciária no Rio e vai responder pelo crime de aborto com consentimento da gestante, com agravante pelo fato da vítima ter morrido.