Aproximação entre EUA e China é necessidade, não questão tática, diz Kissinger
O ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger afirmou, nesta terça-feira, 17, que a aproximação dos Estados Unidos com a China não deve ser encarada como um gesto “tático” entre as duas nações, mas como uma necessidade. “Quando os dois países mais avançados com capacidades em inteligência artificial e destruição nuclear se engajam em uma confrontação militar, a estrutura, a estabilidade e em última análise a sobrevivência da humanidade estão ameaçadas”, disse ele, em participação no Fórum Mundial de Davos, do qual participou virtualmente.
Kissinger, de 99 anos, disse que a manutenção da paz entre as duas principais potências econômicas do planeta só será possível se seus líderes convencerem a sociedade de que a cooperação é o caminho apropriado. Para o diplomata, os governos não devem “agir sob a crença de que podem encontrar maneiras de destruir o outro”.
Os comentários acontecem no momento em que Pequim e Washington ampliam divergência em diversas áreas, entre elas economia e direitos humanos.
Quando era assessor de segurança nacional, no começo da década de 1970, Kissinger foi um dos partícipes do processo que culminou na retomada dos laços diplomáticos entre os dois países, que estavam rompidos havia décadas.