• Papel do poeta Claudio Willer foi o de dar voz à vanguarda dos EUA e Brasil

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  • 16/01/2023 07:30
    Por Antonio Gonçalves Filho / Estadão

    Tradutor, Claudio Willer morreu na sexta-feira, 13, em São Paulo, aos 82 anos, em decorrência de um câncer na bexiga. Figura fundamental na divulgação dos escritores norte-americanos da geração beat (ele foi tradutor de Jack Kerouac e Allen Ginsberg), Willer representou também um papel importante na difusão de obras de rebeldes como Artaud e Lautréamont.

    A prova dessa dedicação aos “proscritos” literários está num de seus mais conhecidos livros, Os Rebeldes: Geração Beat e Anarquismo Místico.

    Willer se interessava sobretudo pela literatura transgressiva, o que parece natural para quem passou a vida lutando contra os conservadores, sendo ele um espírito anárquico apaixonado por textos dos surrealistas.

    Doutor em Letras pela USP com interesse particular nas áreas de Sociologia e Psicologia, Willer teve para a geração dos anos 1960 um papel de farol orientador, que conduziu romancistas e poetas da contracultura a editores corajosos, capazes de bancar a ousadia desses jovens, como Massao Ohno (1936-2010), que publicou o primeiro livro de poemas de Willer, Anotações para um Apocalipse, em 1964.

    Uma das grandes referências de Willer foi o poeta inglês William Blake -_ especialmente pela potência mística de seus poemas. Não é por acaso que outros dois de seus preferidos fossem San Juan de la Cruz e Jorge de Lima.

    Sobre o poeta e sua geração, formada por amigos como Roberto Piva, é altamente recomendável a leitura de seu ensaio biográfico Volta (Iluminuras, 1996) publicado por outro editor de aguda percepção, Samuel León.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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