Obras da Serra seguem em ritmo lento
As obras da nova subida da serra de Petrópolis, que deveriam ficar prontas até junho deste ano, antes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, continuam em ritmo muito lento e só devem ser concluídas em 2017. O número de demissões desde o início do projeto já passa de 700, e apenas 400 operários estão nos canteiros, o que pode provocar um atraso ainda maior. A justificativa do consórcio responsável, segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil, Montagem Industrial, Mobiliário e Mármore (Siticommm), é a falta de repassa de verba por parte do governo federal.
De acordo com o sindicato, não há previsão certa para a conclusão das obras. “Estamos na luta. Já chegamos a ter 1200 pessoas nos canteiros de obras, mas hoje temos apenas 400 operários. Isso além de agravar a lentidão das obras acaba atrapalhando a execucção de algumas etapas da obra. Temos um viaduto, que tem que se construído, entre os km 92 e 94, que não poderá ser construído, nem se juntar todos os 400 funcionários. Porque é uma obra de grande porte, e precisa de muito mais gente” explicou José Ailton, diretor do Siticommm.
Como se já não bastasse os atrasos e a desmotivação, há boatos de que possam acontecer novas demissões. “Na última reunião com o consórcio chegaram a cogitar possíveis novos cortes. Isso deixa a gente muito preocupado. É uma série de problemas que estamos enfrentando. Sabemos que depende da verba federal, e enquanto não tiver essa verba a expectativa fica estagnada”, completou Ailton.
O projeto começou a entrar em prática em abril de 2013. A planta prevê a construção de uma pista com aproximadamente 20 quilômetros de extensão que substituirá a atual Rio-Petrópolis, trecho da BR-040 em operação desde 1928 que apresenta um traçado sinuoso, sem acostamento e que não mais comporta o crescente volume de tráfego. E também será construído um túnel com 4,6 mil metros de extensão. O maior túnel numa rodovia federal do país.
A nova pista trará uma série de benefícios sociais, econômicos e ambientais, reduzindo o tempo de viagem e ampliando a segurança viária para milhares de pessoas que dependem da BR-040 no dia a dia de suas atividades.
O projeto agrega um conjunto de programas e ações para reduzir e compensar o impacto ambiental da obra, e foi dividido em cinco lotes. Atualente, os operários se encontram mobilizados no lote 3, que é a construção do túnel, além de outras pendências.
Segundo o sindicato, o túnel tem 2,7 mil metros escavados, dos 4,6 mil metros de extensão total. O último lote prevê a contrução da ligação entre os bairros Bingen e Quitandinha, que ainda não começou.
A Tribuna entrou em contato com o Consórcio da Nova Subida da Serra (NSS), com a Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora-Rio (Concer) e também com o Grupo Triunfo, que é responsável pela empresa. Nossa equipe questionou o atraso nas obras, e perguntou se há possibilidade de conclusão das obras dentro do prazo prorrogado. A empresa foi questionada também sobre as possíveis novas demissões, que estão sendo cogitadas nas reuniões. No entanto, até o fechamento dessa reportagem. Nossa equipe questionou também o Governo Federal, sobre a falta de repasse. Porém, sem sucesso.