A reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Pires de Carvalho, deve ser anunciada nesta sexta-feira (6), como Secretária de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC). O nome dela e de outros integrantes da equipe devem ser divulgados nesta tarde pelo ministro Camilo Santana.
Denise, de 56 anos, foi a primeira reitora da UFRJ, uma das mais antigas universidades federais do País. A instituição fluminense também está entre as dez melhores instituições de ensino superior em rankings da América Latina.
Ela é médica, mestre em Ciências Biológicas, doutora em Ciências e com pós-doutorado no Hôpital de Bicêtre, Unité Tiroïde, em Paris, e na Universitá Degli Studi di Napoli, na Itália. Atualmente é também professora da graduação e da pós de Medicina da UFRJ. É ainda membro titular da Academia de Medicina do Rio e autora de cerca de 170 artigos indexados.
Denise foi uma das reitoras nomeadas por Jair Bolsonaro (PL), após vencer as eleições na comunidade universitária e tinha mandato até 2023. Mas fez forte oposição à política de cortes orçamentários do MEC durante a gestão passada.
Em 2022, ela classificou a situação como “dramática”. E chegou a afirmar que as aulas na UFRJ poderiam ser suspensas e unidades de saúde seriam paralisadas após cortes que a impediam de pagar até contas de água e luz. Segundo o Estadão apurou, outros ex-reitores foram cotados para o cargo e o nome dela foi bem recebido entre a comunidade universitária.
Nesta tarde, às 15h, Camilo deve ainda anunciar os titulares das secretarias de Educação Básica, de Diversidade e Inclusão e de Regulação do Ensino superior. Maurício Holanda, ex-secretário de Educação do Ceará e de Sobral, deve ir para a Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino, a Sase, responsável por dialogar com Estados e municípios.
O nome de quem vai para a presidência do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep) é aguardado com ansiedade entre os servidores, segundo o Estadão apurou. Há urgência para decisões sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, que precisa se adequar ao novo ensino médio, com provas gerais e específicas. O órgão viveu intensa crise na gestão Bolsonaro, com mais de 30 servidores que pediram demissão após denunciarem interferências e assédio da presidência no ano passado.