Mais ‘diversidade’ para ‘Casamento às Cegas Brasil’
Mais de um ano depois da estreia e grande repercussão da primeira edição de Casamento às Cegas Brasil, a segunda temporada chega à Netflix. Lançados no final do ano, os novos episódios trazem mais “diversidade de corpos” e “brasilidade”, segundo a diretora, Cássia Dian. Apresentada por Camila Queiroz e Klebber Toledo, a atração terá a dinâmica da segunda parte igual à da primeira. Os participantes precisam conversar às cegas até decidirem com quem vão se casar.
Eles, então, embarcam para uma lua de mel, desta vez na Floresta Amazônica. Só depois disso é que os competidores passam a fazer parte da rotina um do outro e precisam decidir pelo “sim” ou “não” no altar. Além disso, o programa será dividido em três partes: a segunda estreia nesta quarta, 4, e a terceira, dia 11. Em entrevista ao Estadão, a diretora garante que, no amor, “o brasileiro é mais emocionado”.
O reality possui edições em outros países, como Estados Unidos e Japão, mas é aqui que os casais são mais passionais. No que diz respeito à produção, Cássia aponta que, mesmo depois da primeira temporada, o principal desafio segue sendo a logística e dá detalhes de como o programa funciona por trás das câmeras: “Casamento às Cegas é um reality show gigante. São quatro fases e muitas semanas de gravação. Então, a gente tem desafios grandes do ponto de vista técnico. O formato é produzido pela Endemol Shine Brasil e a gente grava no pavilhão Vera Cruz”, conta.
“É um estúdio enorme e bem icônico aqui no Brasil. São 20 cabines, dez para as mulheres e dez para os homens. Precisa ter uma metragem confortável para eles se falarem, fora o lounge em que eles conversam, então, imagine o espaço físico que isso ocupa. Fora que precisa de uma inteligência de logística para que eles nunca se vejam. Os participantes precisam ficar em hotéis diferentes, é uma grande mobilização”, explica.
Ainda que os desafios sejam os mesmos, a nova temporada traz uma grande mudança: maior diversidade de corpos no elenco. Além disso, Cássia comenta que o intuito foi trazer mais “brasilidade” para a atração e cita a lua de mel na Floresta Amazônica como novidade.
“Trouxemos pessoas mais diversas e outros corpos e acredito que isso possa acender debates interessantes. O segredo para um bom reality show é que as pessoas se identifiquem e se vejam nas telas”, observou.
“Nesta segunda temporada, quisemos trazer mais representatividade para o programa. Se ver ali nos participantes é o que faz os brasileiros amarem tanto os realities shows”, reitera.
Uma questão que não mudou é que, mesmo com mais diversidade de corpos, o programa aborda apenas relações heterossexuais.
A diretora comenta que há sim o desejo de retratar a comunidade LGBT+, porém, para isso, seria necessário repensar os moldes da competição. “Há uma dinâmica e um formato que precisariam ser adaptados para receber casais que não sejam heterossexuais.”
“A premissa é que os casais não se vejam no início, mas temos os lounges. Então, as pessoas do mesmo sexo não poderiam ficar juntas e conviver no mesmo ambiente”, diz.
Além disso, uma das principais polêmicas em torno da primeira temporada foi a ocorrência de comportamentos machistas de alguns participantes, que causaram discussões sobre misoginia e relacionamentos abusivos nas redes sociais.
Cássia explica que na nova temporada esse será um tema que voltará a se fazer presente, já que “reality show é um resumo da nossa sociedade”.
E, logo após a estreia da temporada, um momento que gerou debates nas redes sociais foi o fato de um dos participantes, Paulo, ter desistido de se casar com a consultora de imagem Amanda Souza após vê-la pessoalmente pela primeira vez.
Polêmica
A atitude de Paulo foi lida como gordofobia e a justificativa do rapaz não convenceu os espectadores. “Ela não é nada parecida com o que já lidei na minha vida. Ela é forte. É maravilhosa. Não sei se eu consigo aguentar. O novo assusta, sabe? É complicado você estar apaixonado por uma pessoa e não saber se você consegue aguentar o rojão. Uma mulher tão forte assim do seu lado. Talvez, eu não seja o homem forte que ela queira ter ao seu lado ou que ela mereça estar do lado. Eu não vou casar”, completou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.