Moradores da Rua Itália, na Vila Militar, se sentem abandonados após a tragédia de fevereiro
Longe da principal área atingida pela tragédia do dia 15 de fevereiro em Petrópolis, a Vila Militar também sofreu com as chuvas. Deslizamentos de terra provocaram duas mortes e deixaram diversas famílias desabrigadas. No entanto, mais de dez meses depois, o cenário continua o mesmo; nenhuma intervenção foi realizada. O mato esconde alguns pontos afetados e os moradores seguem com medo do futuro.
Na escadaria, onde o bairro foi afetado, quase nenhum morador é encontrado. A maioria das casas foi condenada e segue com lama no interior. As casas que não foram condenadas, continuam interditadas, aguardando o início das intervenções. Enquanto isso, outro problema é vivenciado no local; algumas residências estão sendo saqueadas.
Patrícia Maria Caldeira, moradora do local e vice-presidente do bairro, conta como tem sido viver na área nos últimos meses: “Desde o dia 15 de fevereiro estamos nessa luta. No mesmo mês, estiveram aqui e disseram que iriam realizar obras, mas nada fizeram. A casa onde pai e filho faleceram está caindo, assim como todas as outras, que têm diversas rachaduras. Quero muito que venham aqui e olhem casa por casa para saberem o que vão fazer. Tem uma rachadura no barranco, que a geóloga disse que, se cair, vai para na casa que teve as vítimas fatais, sem afetar nenhuma casa abaixo, que ainda tem moradores, mas não temos como saber. Queria que olhassem pelo povo daqui, que quer voltar para suas casas em segurança.”
Questionada sobre a situação, a Prefeitura de Petrópolis não respondeu até o fechamento desta matéria.