• Escolas e torneios recebem mais crianças que querem praticar triatlo infantil

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  • 23/12/2022 09:46
    Por Gonçalo Junior / Estadão

    Escolinhas e competições de triatlo infantil, modalidade em que as crianças a partir dos 8 anos correm, nadam e pedalam na mesma competição, registraram aumento dos praticantes em 2022. O Campeonato Brasileiro infantil, por exemplo, contou com 380 crianças, quase o dobro dos 200 meninos e meninas que se inscreveram no ano passado.

    O torneio nacional foi disputado em Caiobá, no litoral paranaense, no dia 20 de novembro. Durante as provas, meninos e meninas de oito e nove anos fazem o percurso de 100 metros de natação, 1,25 quilômetro de ciclismo e, por fim, 500 metros de corrida. As distâncias vão aumentando com a elevação da faixa etária.

    As crianças estão se destacando também nos torneios estaduais. Para a Federação Paulista de Triathlon, um dos atletas do ano é Bianca Lucenti, de oito anos. A representante da equipe Carol Furriela conquistou dois títulos em sua categoria (triatlo infantil e duatlo infantil).

    O ritmo puxado é característico apenas das competições. No dia a dia das escolas, as crianças de oito a 16 anos não fazem tudo na sequência. Trata-se de uma metodologia mais lúdica, como explica o professor e ex-triatleta Juraci Moreira, um dos maiores representantes da modalidade no Brasil com participações em três edições de Jogos Olímpicos (Sydney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008).

    “Quando as crianças entram na escolinha, a intenção é educar por meio do esporte, brincar realizando atividade física. Esse é o nosso conceito, que vai aumentando o interesse no Brasil inteiro”, afirma. “A ideia é desmistificar a modalidade como algo restrito para os super-heróis, com as competições do tipo ‘iron man’. O triatlo pode ser brincar de correr, de pedalar e de nadar, mas com profissionais habilitados e com segurança”, completa.

    Juraci é o gestor da escolinha “Formando Campeões”, projeto que possui 18 núcleos em várias cidades do País com a chancela da Confederação Brasileira de Triathlon. Todas as unidades estão com fila de espera mesmo após o aumento do número de vagas disponíveis.

    As escolas são projetos sociais incentivados, ou seja, mantidos com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte. A prioridade são alunos da rede pública e que devem estar regularmente matriculados e com boas notas. As crianças recebem os uniformes e equipamentos de uso compartilhado, como bicicletas e capacetes. Não são cobradas mensalidades.

    Triatletas afirmam que a escola realiza um importante trabalho para a formação das categorias de base do atletismo brasileiro. O esporte exige altos investimentos para quem está começando. Uma bicicleta mountain bike, por exemplo, custa, em média, R$ 1.500. “Quando eu me aposentei em 2014, eu me identifiquei com a dificuldade de tornar o triatlo um pouco mais acessível. Não é um esporte barato. Queria que as crianças praticassem o esporte de maneira gratuita. Foi assim que nasceu a escola em Curitiba”, conta.

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