No caminho certo contra a crise
O Brasil parece sufocado por más notícias, e esperamos que nossa Seleção quebre essa onda conquistando a Copa do Mundo da Rússia. Mas o Rio de Janeiro já tem motivos para respirar um pouco mais aliviado, mesmo sem esperar o resultado do futebol: depois de 21 meses de atrasos, o estado colocou em dia os salários dos servidores, acabando com um dos aspectos mais cruéis da crise fiscal.
Se é um erro acreditar que os períodos de abundância são eternos, igualmente errado é dobrar-se às dificuldades. Mesmo as que parecem não ter conserto. Com união, trabalho, humildade e persistência, estamos conseguindo deixar para trás a etapa mais crítica em relação aos desafios econômicos do estado. Minha grande ambição é deixar a casa arrumada, o que parecia impossível um ano atrás. E tenho trabalhado incansavelmente para isso.
A decisão de aderir ao inédito Regime de Recuperação Fiscal marcou o ponto de virada no jogo. Conseguimos o mais importante: pagar aos servidores em dia e quitar o 13º de 2016 e 2017. Nada me angustiava mais do que não ter garantias de que o funcionalismo receberia sem atrasos. Afinal, são esses trabalhadores que tanto se empenham e se empenharam para atender a população fluminense.
Além disso, com o esforço de gestão para aumentar as receitas e melhorar a eficiência administrativa, associado à recuperação gradativa do preço do barril de petróleo, o percentual das despesas com a folha de pessoal vem gradualmente ajustando-se rumo ao que estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal. Esse índice já chegou a 62% e desceu para 55%. Nesse ritmo, logo alcançaremos os 49% que determina a legislação.
Garantir tranquilidade financeira na largada do próximo governo que a população do Rio de Janeiro eleger democraticamente é uma das minhas principais metas. Não será razoável o futuro governador assumir já com as contas bloqueadas, o que aconteceu com minha administração por quase 50 dias. No pior momento, bancos internacionais que têm negócios com o Rio chegaram a nos comparar com países em situação de guerra.
Organizar as finanças nunca deve ser um objetivo em si mesmo. O foco de todo bom governante tem de estar na população. Saúde financeira é meio, não fim. As coisas precisam estar organizadas exatamente para podermos prestar melhores serviços e realizar os investimentos necessários, ainda mais num país como o nosso, com tantas desigualdades injustas e demandas justas, principalmente dos que mais precisam.
É para isso que continuamos trabalhando, com a retomada de projetos e ações que tinham sido suspensos por causa da crise e acelerando aqueles não afetados. Um bom exemplo são as obras da Cedae de R$ 3,4 bilhões, que vão atingir 2,2 milhões de pessoas, para universalizar o fornecimento de água na Baixada Fluminense, região que ainda sofre com graves problemas de abastecimento. Em maio, inauguramos o novo sistema de abastecimento de Cabuçu Baixo, em Nova Iguaçu. E está prevista até o fim do ano a entrega de obras de ampliação do sistema em outras áreas de Nova Iguaçu, além de Duque de Caxias e Queimados. Também já iniciamos a construção da nova estação de tratamento do Guandu, o Novo Guandu.