• Estupro: delegada diz que o perigo pode estar mais perto do que as pessoas imaginam

  • 28/06/2018 11:51

    A delegada da 106ª Delegacia de Polícia, Juliana Ziehe, fez um alerta nesta semana sobre os recentes casos de estupro registrados no município. Segundo ela, a maioria das ocorrências são registradas dentro do próprio ambiente familiar, o que geralmente dificulta que os indícios sejam percebidos num primeiro momento. 

    Sobre os casos recentes, ela disse que, em quase 100% deles, a vítima conhecia o autor ou tinha algum contato com o agressor. "São namorados ou companheiros de algum familiar, vizinhos ou parentes, que cometeram os atos. Existem exceções, como o homem preso após ação na Rua Teresa, em que a vítima não conhecia o autor, mas geralmente há, sim, uma relação anterior”, explicou a policial. 

    Além do caso da Rua Teresa, um estupro foi registrado na região de Araras. De acordo com a delegada, a vítima constatou que o suspeito era o vizinho, antes mesmo de ser violentada. O homem ainda tentou agredir a mulher com uma pedra, assim que ela o reconheceu. “Já identificamos o autor, representamos por uma prisão temporária e o caso vai seguir para o indiciamento do homem”, pontuou. 

    Dados do Instituto de Segurança Pública mostram que de janeiro a maio do ano passado foram registrados 47 casos. Já em 2018, os números mostram 58 registros no mesmo período. Só na região de Itaipava, foram 8 ocorrências em 2017. O número subiu para 14 só no primeiro semestre de 2018. 

    Números chamam atenção – As notificações de estupro feitas ao Sistema Único de Saúde quase dobraram ao longo dos últimos cinco anos, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. De 12.087 casos no ano de 2011, houve salto para 22.918, em 2016. 

    O primeiro contato na delegacia é de suma importância para o acolhimento da vítima, que pode solicitar, inclusive, atendimento feito por mulheres. Os exames realizados após a ocorrência para detectar as lesões e coletar materiais também são imprescindíveis para a identificação do agressor. A delegacia vem realizando operações constantes de combate à pedofilia, o que inclui registros de criminosos por pornografia infantil, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. “Quando algum adulto começa a passar a mão no corpo da criança ou tiver atitudes incomuns ao contexto normal com a criança, já é pra a família ficar alerta e, inclusive, acionar a autoridade policial”, orientou Juliana Ziehe. 

    A delegada explica que é comum que vítimas de abuso durante a adolescência denunciem anos mais tarde.  “Orientamos que a população venha até a nós e tenha a confiança de que pode ser ajudada. Dicas como evitar andar desacompanhada à noite ou em locais muito vazios, assim como ter a percepção de pedir ajuda se perceber que está sendo seguida são importantes. Caso tenha algum estabelecimento próximo, aconselhamos, inclusive, que a pessoa entre no local e procure apoio”, finalizou. 


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