• PSB quer ministério político e vive clima de angústia na disputa pela Esplanada

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  • 13/12/2022 14:20
    Por Iander Porcella e Eduardo Gayer / Estadão

    O PSB, partido do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, vive um clima interno de “angústia” em meio à disputa por espaço no novo governo Lula. A legenda avalia que tirou o PT do isolamento na eleição e, por isso, merece prioridade na composição da Esplanada. Como mostrou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o partido deve ganhar o ministério da Ciência e Tecnologia, mas a sigla considera a pasta técnica demais e quer ministérios capazes de gerar projeção política, como o das Cidades, pleiteado pelo ex-governador Márcio França.

    Na avaliação de um membro do partido de Alckmin que participa das tratativas, entregar ao PSB uma pasta técnica como a Ciência e Tecnologia seria uma forma de o PT “arquivar” a legenda, ou seja, evitar que seus quadros cresçam a nível nacional. É o mesmo motivo pelo qual o partido de Lula hesita em deixar a senadora Simone Tebet, do MDB, comandar o Ministério do Desenvolvimento Social, na visão de políticos. A pasta é responsável pelo Bolsa Família, um grande ativo eleitoral.

    Ao indicar Alckmin, um político de centro e ex-adversário de Lula, como vice, o PSB avalia que tirou o PT do isolamento eleitoral do qual precisava sair para derrotar o presidente Jair Bolsonaro, já que havia grande resistência no mundo político e empresarial a uma candidatura pura de esquerda. Membros do partido fazem questão de lembrar que o PDT, por exemplo, indicou candidato próprio à Presidência, enquanto o PSB apoiou o petista desde o começo.

    Por isso, a legenda de Alckmin quer pelo menos dois ministérios além da pasta da Justiça, que ficará a cargo de Flávio Dino. Integrantes do PSB afirmam que a indicação do ex-governador do Maranhão para a Esplanada é da “cota pessoal” de Lula. Além da pasta das Cidades para França, que também é disputada pelo deputado eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP), o PSB quer outro ministério, que poderia ficar com o deputado Marcelo Freixo (RJ), derrotado na eleição para o governo do Rio de Janeiro.

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