• ‘Continuamos a crescer mais do que qualquer banco’

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  • 04/12/2022 08:55
    Por Altamiro Silva Júnior e Matheus Piovesana / Estadão

    Um ano depois de abrir o capital na Bolsa, o Nubank olha para trás e vê que aproveitou a última fase de um mercado convidativo para as fintechs na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse). “O banco não precisava levantar tanto capital, mas o mercado estava tão atrativo que decidimos levantar muito mais do que precisávamos”, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o CEO da fintech, David Vélez, na semana passada.

    É dinheiro suficiente, segundo ele, para capitalizar novas operações e até fazer aquisições.

    Não muito tempo depois de tocar o sino em Nova York, Vélez afirma que as empresas de tecnologia foram de heroínas a vilãs do mercado de uma hora para outra, no primeiro trimestre do ano. Mas ele afirma que, no que diz respeito à qualidade do banco, nada mudou. “O Nubank continua oferecendo o melhor produto e, por isso, continuamos a crescer mais do que qualquer outro banco.”

    O que o surpreendeu nesse primeiro ano como empresa aberta?

    O fato de termos feito o IPO (oferta inicial de ações) na segunda semana de dezembro talvez tenha sido uma das melhores decisões da nossa história. Se não tivéssemos levantado US$ 2,8 bilhões e ainda fôssemos uma empresa privada, a conversa seria completamente diferente. Estaríamos tentando levantar US$ 1 bilhão, US$ 2 bilhões em um mercado muito mais desafiador, com poucos investidores. Fizemos o IPO no último minuto do segundo tempo.

    Depois, o mercado praticamente fechou…

    Lembro que estávamos no roadshow (reuniões com investidores), e muitos perguntavam por que não adiar a oferta. Decidimos não deixar para 2022. Foi uma combinação de sorte e conhecimento, uma decisão muito boa.

    Como companhia aberta, qual foi o principal aprendizado nesse primeiro ano?

    Após o IPO, o mundo mudou completamente, de um momento de euforia do mercado, de muito interesse em empresas de tecnologia, para guerra da Ucrânia, inflação e juros altos, e você vai de herói a vilão de um momento a outro. No primeiro trimestre, foi difícil entender o que acontecia, especialmente quando vimos o preço da nossa ação cair rapidamente. O maior aprendizado foi entender o que podemos controlar, o que não podemos e focar 100% da energia no que controlamos. O foco foi direcionado à execução.

    Diz-se muito que o jogo virou a favor dos bancos tradicionais. Qual é a sua avaliação?

    Discordo. Qual é a vantagem das fintechs? Primeiro, capacidade de fazer o melhor produto do mercado. Quando começamos, há nove anos, havia cinco bancos no Brasil que controlavam 95% do segmento. Contribuímos muito para a desconcentração. Em um mercado com mais alternativas, quem oferece o melhor produto ao melhor custo ganha. O Nubank continua oferecendo o melhor produto e, por isso, continuamos a crescer mais do que qualquer outro banco.

    Vocês captaram US$ 2,8 bi e usaram pouco até agora…

    O banco não precisava levantar tanto capital, mas o mercado estava tão atrativo que decidimos levantar muito mais do que precisávamos. Levantamos US$ 2,8 bilhões, tínhamos US$ 1 bilhão em caixa e estávamos bem perto da rentabilidade no Brasil.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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