Petropolitanos trocam o transporte coletivo pelas bicicletas
Petrópolis está cada dia mais movimentada e o fluxo de carros vem crescendo. A distância entre bairros e distritos fica ainda maior com o logo tempo de espera nos congestionamentos que acontecem, principalmente, em horários de pico. Diante desse cenário, muitos petropolitanos estão migrando para a flexibilidade do uso das famosas “magrelas”. Os novos ciclistas urbanos estão tomando as ruas da cidade, fugindo do estresse diário dos congestionamentos e do transporte público, partindo pedalando para o trabalho, compromissos diários e também para aproveitar e curtir o dia em busca de uma melhor qualidade de vida.
A bicicleta é um meio de transporte usado no mundo inteiro há muitas décadas. Nos últimos anos, as cidades passaram a incorporar ciclovias e ciclofaixas em suas ruas, facilitando o uso das magrelas. Petrópolis ainda anda em passos curtos diante da atual mudança na mobilidade urbana das cidades. A última iniciativa do município, foi a criação da polêmica ciclovia na Barão do Rio Branco. No entanto, alguns ciclistas ainda se sentem inseguros na via.
Buscar alternativas para a vida urbana, é um dos focos da atualidade e dos cidadãos que desejam ter um estilo de vida mais responsável. Nessa pegada, um dos movimentos urbanos mais atuais consiste justamente em trocar o carro pela bike. Além de não emitir gases nocivos à atmosfera, a bicicleta ainda traz inúmeros benefícios para os seus usuários.
O aposentado Gilmar Cabral, de 56 anos, é um desses petropolitanos que optou por aposentar também o carro e acompanhar o filho e o neto em passeios pela cidade. “Não dá pra continuar com essa vida sedentária. Senti necessidade de dar uma ativada na vida. Eu me sinto muito bem quando pedalo e, desde que comecei, senti a diferença no meu bem-estar. Caminhar ou pedalar é a saída para fugir desse trânsito da cidade e melhorar a qualidade de vida”, avalia.
Ele lembra que sua primeira pedalada foi em um passeio com o filho de 37 anos e hoje sua ideia é usar a nova bicicleta para resolver coisas pessoais e pedalar nos finais de semana.
“Estou pegando o ritmo aos poucos. Já estou usando a bike para rotinas diárias e quero sair aos finais de semana com meu filho. Meu neto também está pegando o jeito para acompanhar o avô e o pai. Hoje já fui na loja de artigos para fazer reparos e comprar alguns equipamentos, acaba que ele me incentiva ainda mais. Não adianta, a cidade precisa evoluir e o ciclismo é uma das nossas melhores saídas”, contou animado.
José Carlos Damaceno, de 54 anos, também voltou à prática do ciclismo após 31 anos. O recepcionista diz que pedalar é uma paixão à parte. “Até os meus 19 anos eu pedalava, era um tempo muito bom. A paixão pela bicicleta começou quando ganhei uma do meu pai, eu tinha 10 anos, mas devido ao trabalho, família e os filhos tive que parar e dar atenção a essas prioridades. Agora, com os filhos adultos e com mais tempo, comprei uma bicicleta e voltei a pedalar”, lembra.
Segundo ele, o mal funcionamento do transporte público e as greves o motivaram a usar a bike também para ir e vir do trabalho. Morador de Corrêas, ele pede mais atenção do poder público para os ciclistas dos distritos.
“Estou indo trabalhar de bicicleta algumas vezes. Vou ao supermercado, pago algumas contas no banco e faço pequenos percursos na cidade para distrair e praticar a atividade física. Não preciso depender dos horários do ônibus, faço meus horários e no meu tempo. O que falta é uma maior atenção do governo para quem mora aqui nos distritos, não temos ciclovias, sinalização e nem espaços para as bikes. Se o incentivo à prática for maior, creio que muitos vão aderir ao ciclismo”, salientou.
Ciclistas equipados
Referência entre os profissionais de ciclismo da cidade, Ricardo Macedo, ganhador de vários troféus na modalidade, sendo o último, o de sétimo colocado na Copa Internacional na cidade de Ouro Preto, confirma que novos ciclistas têm surgido na cidade, grande parte deles preocupados com segurança. “Eles buscam luz de led para sinalização noturna, luvas, capacetes, óculos entre outros. Isso mostra que, além da decisão de praticar uma nova alternativa, eles estão se equipando, o que é muito importante. Mas é sempre importante usar bons equipamentos”, recomendou o profissional que também tem uma loja de acessórios e oficina de bikes.
Para Cadinho, como é chamado entre os esportistas, a cidade precisa evoluir muito: “Os ciclistas ainda não têm segurança para pedalar nas vias da cidade, além dos poucos motoristas que respeitam quem anda nas vias, falta sinalização. Esperamos que o incentivo surja em algum momento”, reclamou, lembrando que faltam espaços para guardar as bicicletas, tanto no centro como nos distritos.
Quem sabe um dia
Por meio da Assessoria de Imprensa, a Superintendência de Esportes e Lazer do Município informou que estuda a possibilidade de criar ciclofaixas em outros locais, além da Avenida Barão do Rio Branco, mas não informaram quais seriam estes locais.
Com relação ao estacionamento de bicicletas, a cidade conta com um no Retiro, ao lado da academia da saúde, e outro no Centro Histórico, em frente à Praça Dom Pedro. Não foi informado se outros pontos da cidade terão locais destinados para estacionar bicicletas.